Isto também é comigo! Jornalistas em rede Jornais escolares
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“Temos de afinar as palavras” foi a frase feliz de uma menina do 5.º B que Rita Pimenta utilizou para dar título à sua reportagem Livros a Oeste: temos de afinar as palavras. Foi a partir dela que Margarida Constantino refletiu e elaborou o seu texto de opinião, distinguido na edição de maio de 2023 do “Isto também é comigo!”, o concurso mensal promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares.
O aluno vencedor recebe uma coleção de livros do PÚBLICO e vê o seu texto publicado. A escola ganha uma assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma coleção de livros para a biblioteca. Do júri fizeram parte: Ana Cristina Pereira, jornalista; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Diana Pocinho, aluna do Agrupamento de Escolas Condeixa; Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
O livro: uma companhia imprescindívelO festival literário da Lourinhã tem procurado promover a leitura junto dos alunos do município, a começar pelas crianças dos primeiros anos de escolaridade, além de continuar a sua aposta em cativar novos públicos. Disto nos dá conta Rita Pimenta, no artigo do PÚBLICO, de 13 de maio – “Livros a Oeste: Temos de afinar as palavras”. Enquanto residente na Região Oeste, foi com particular atenção que li este artigo sobre um evento cujo foco é a leitura, que considero essencial para a formação integral de qualquer indivíduo. Efetivamente, o ato de ler traz muitos benefícios, que são facilmente comprováveis pela nossa experiência pessoal e académica: desenvolve o pensamento crítico; estimula a imaginação e a criatividade; contribui para alargar o vocabulário; melhora a escrita; ajuda a reforçar a concentração, entre muitos outros. Considero, por isso, que devia haver uma clara aposta da nossa sociedade na promoção da leitura, não só por via da realização de grandes eventos, como o festival acima mencionado, mas também através de iniciativas direcionadas especificamente para o público escolar, de caráter regular e pensadas a longo prazo. O ideal seria investir em estratégias lúdicas e cativantes que promovessem o gosto pelos livros nos alunos de todos os níveis de ensino, levando-os a adquirir hábitos de leitura, de modo natural e gradual, ao longo dos doze anos de escolaridade obrigatória. Assim, quando chegasse ao 12.º ano, nenhum estudante conseguiria prescindir da companhia de um livro. Recapitulando, a leitura é uma atividade essencial à formação harmoniosa de qualquer pessoa, pelo que é crucial apostar na sua promoção junto de todo o tipo de públicos, em particular o estudantil, quer através de grandes eventos, como festivais literários, quer através de ações sistemáticas a implementar nas escolas. Margarida ConstantinoAgrupamento de Escolas Henriques Nogueira, Torres Vedras12.ºano |
“Taliban proíbem as funcionárias afegãs da ONU de trabalhar”. Era este o título da notícia do PÚBLICO, da autoria da jornalista Sofia Lorena, que levou Gabriel Oviedo a escrever o texto de opinião distinguido na edição de abril de 2023 do “Isto também é comigo!”, o concurso mensal promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares.
O aluno vencedor recebe uma coleção de livros do PÚBLICO e vê o seu texto publicado. A escola ganha uma assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma coleção de livros para a biblioteca. Do júri fizeram parte: Carolina Franco, jornalista, colaboradora do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Cristina Lin, aluna do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro, em Almada; e Raquel Ramos, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
Direitos das mulheres no Afeganistão: uma miragem?Após a chegada dos Taliban ao poder no Afeganistão, as consequências socioeconómicas notaram-se rapidamente, com a galopante crise económica do país em conjugação nefasta com a crise humanitária. Efetivamente, desde a tomada de Cabul, o mundo tem vindo a assistir às mais grosseiras formas de violação dos direitos humanos, com repercussões particularmente dramáticas para as mulheres, que foram impedidas de trabalhar e de estudar. Além disso, as mulheres não têm a possibilidade de visitar jardins, parques, piscinas ou ginásios e, em distâncias superiores a 70 km, podem apenas deslocar-se com um “guardião” masculino, como nos foi revelado no artigo da autoria de Sofia Lorena. Foram estas leis discriminatórias que levaram a que o staff feminino do Afeganistão na ONU deixasse de poder exercer as suas funções. A injustiça escandalosamente gritante da situação exposta neste artigo levou-me a selecioná-lo como objeto de reflexão. Apesar da impotência que se sente perante o que nos é apresentado, importa continuar a dar destaque a este caso nos nossos órgãos de comunicação social. Tal como no caso da morte de Mahsa Amini no Irão, com as manifestações que se lhe seguiram, é imperativo que a opinião pública ocidental continue a mobilizar-se em torno do protesto contra as violações dos direitos das mulheres em qualquer parte do globo. Está nas nossas mãos, enquanto cidadãos, a possibilidade de reivindicar aos nossos governantes o exercício de pressão política – pelas vias diplomáticas – sobre os regimes totalitaristas que procuram fazer da opressão das mulheres um estilo de vida. Não basta a indignação perante as decisões dos Taliban e catalogar o país como “o mais repressivo do mundo para o direito das mulheres”; agir não deveria ser uma escolha, mas um dever quando os direitos humanos são violados. Importa, por isso, repetir as vezes que forem necessárias: os direitos das mulheres são, antes de mais, direitos humanos. Qualquer mulher, em qualquer parte do mundo, devia ver respeitados os seus direitos essenciais. Estes não podem ser uma realidade para uma parte da Humanidade e, para a outra parte, apenas uma miragem. Gabriel OviedoEscola Secundária Henriques Nogueira, Torres Vedras 12.ºano |
"A Igreja pouco faz e pouco deixa fazer", é a opinião de João Pinhal, de Sesimbra
[28.04.2023] Neste concurso mensal de opiniões, João Pinhal, do AE de Sampaio, mostra que os assuntos de outros também são com ele.Natália Faria escreveu «Bispos vão analisar lista de padres abusadores “nome a nome”, mas não garantem afastamento», publicado a 3 de março de 2023. Este trabalho motivou o aluno João Miguel Rodrigues Pinhal, do 12.º ano do Agrupamento de Escolas de Sampaio, a escrever o seu texto de opinião para participar, em março, no concurso "Isto também é comigo!".
Esse texto, que agora publicamos, foi distinguido pelo júri, composto por: Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende, Gustavo Pereira, aluno do AE de Águas Santas, Carla Fernandes, da Rede de Bibliotecas Escolares, e a jornalista do Público Carolina Franco.
Este concurso, mensal, é uma Iniciativa do PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares (consultar regras de participação).
A Igreja pouco faz e pouco deixa fazerAs eO mês da vergonha acabou. Não obstante, a imoralidade da Igreja Católica portuguesa sobrevive e a resposta da sociedade permanece insuficiente perante a monstruosidade a que foram sujeitas as vítimas de uma instituição que, em vez de as salvaguardar, teima em proteger deliberadamente os alegados agressores. Sim, infelizmente, é tão simples quanto isto. Como o PÚBLICO noticiou a 3 de março, José Ornelas ousou considerar pouco plausíveis os dados revelados, que eram, porém, fruto de um trabalho de investigação rigoroso. Defendendo-se com questões jurídicas, a Igreja deixou não sei onde aquilo que tanto apregoa: a moralidade. O que faz a instituição para honrar as vítimas do passado e evitar que outras engrossem a lista no futuro? Afastar suspeitos ou indemnizar vítimas? Não. Recorre a insensíveis palavras para defender a maculada Igreja. É assim que procede Manuel Clemente. Será para ele uma inóspita ideia oferecer aos mais jovens Educação Sexual? Sim: o cardeal-patriarca assinou, em 2020, um manifesto contra a obrigatoriedade da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Não quer, assim, que as crianças e os adolescentes sejam sensibilizados para a necessidade de compreender e denunciar abusos e de ter a consciência de que qualquer ato sexual sem consentimento é crime, seja com menores ou com adultos. Manuel Clemente deixa, desta forma, a proteçãode crianças ser, ignobilmente, ultrapassada em importância pela indecência que será, para a Igreja, falar sobre sexo. Em comunicado à imprensa, em junho de 2022, o partido de André Ventura, católico radical, considera “atentatório dos princípios elementares da liberdade” o caráter obrigatório da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Promover direitos humanos e construir uma sociedade ativa destrói a liberdade de quem? In extremis, evita que partidos profundamente perigosos para as liberdades cívicas alcancem o poder. Os autoproclamados guerreiros contra a pedofilia em vez de a combaterem, perpetuam-na com populismos desbragados e ineficazes. A Igreja pouco faz e pouco deixa fazer. Ironia das ironias é, em agosto, ir dar uma festa com a sua mais alta figura hierárquica para celebrar a juventude. Qual? Aquela que não protegem, nem deixamque seja protegida em nome de dogmas religiosos subversivos da dignidade humana? Pois, é essa mesmo Agrupamento de Escolas de Sampaio, Sesimbra 12.ºano |
“O ensino público dá esperança a todos”, lembra Joaquim Faria, o aluno vencedor
[21.03.2023] Prémios vão desta vez para o Agrupamento de Escolas de Fafe. Concurso, mensal, prossegue no resto do ano letivo.No dia 15 de fevereiro o PÚBLICO fez sair, na versão online e em papel, o artigo “Negociações entre ministério e sindicatos de professores prolongadas mais uma semana”, assinado pelo jornalista Samuel Silva.
Foi sobre este trabalho que o aluno Joaquim Luís Pires Faria, do 10.º ano do Agrupamento de Escolas de Fafe, escreveu um texto de opinião para participar, em fevereiro, no concurso "Isto também é comigo!".
Esse texto, que agora publicamos, mereceu a preferência do júri, composto por: Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende, Diana Pocinho, aluna do AE de Condeixa, Raquel Ramos, da Rede de Bibliotecas Escolares, e a jornalista Natália Faria.
Este concurso, mensal, é uma Iniciativa do PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares (consultar regras de participação).
Joaquim Faria, frente à exposição "Centenário de Saramago" : pinturas feitas pelos alunos a partir de textos do autor - AE Fafe. Qual o valor da escola pública?As escolas públicas são extremamente importantes para a formação de um futuro cidadão que se quer informado, crítico e integrado. O ensino e a formação devem ser permitidos de uma forma justa a todas as pessoas; só assim serão possíveis melhorias de vida e o respeito pelo próximo. Tendo a sociedade o poder de permitir o ensino/a aprendizagem a todos, porque não o fazer? Tenho lido, ao longo deste mês de fevereiro, vários artigos do jornal PÚBLICO que dão conta da luta em defesa da escola pública. Chamou-me particular atenção o artigo “Negociações entre ministério e sindicatos de professores prolongadas mais uma semana” [Samuel Silva, 15 de fevereiro de 2023], pois considero urgente que se chegue a acordo e, sobretudo, que se olhe com atenção para a importância da escola na construção do futuro. O ensino público dá esperança a todos, até mesmo àqueles que vivem numa situação muito difícil, pois só através do ensino público é que podem ter direito a mudar as suas vidas. Independentemente da sua condição socioeconómica, frequentam a escolaridade obrigatória e alguns podem progredir para o ensino superior com recurso a bolsas de estudo. Por outro lado, a escola pública é o espaço que acolhe o aluno e todas as suas vivências. Aqui, os técnicos que nos apoiam e as amizades que se constroem fazem-nos aprender a superar as adversidades. As pessoas com dificuldades de aprendizagem têm o seu tempo e as ajudas para fazerem o seu caminho. Eu tenho uma problemática de dislexia e, como tal, este texto teve de ser corrigido para ser publicado; foi na escola pública que sempre senti o apoio para ultrapassar as minhas dificuldades e me tornar bom aluno. Podemos pensar que as escolas públicas podem representar um grande peso económico para o país, mas não é verdade, trata-se de um investimento com forte impacto positivo. Diversos trabalhos académicos têm calculado o retorno económico da educação, mostrando isso mesmo, que se trata de um investimento com grandes ganhos no desenvolvimento de um país. 10.º ano Agrupamento de Escolas de Fafe |
Aluno de Vila Real escolheu opinar acerca do modelo de avaliação e de acesso ao ensino superior, cujas limitações aponta.
O PÚBLICO dedicou duas páginas da edição de 6 de janeiro de 2023 ao tema do acesso ao ensino superior. “Portugal será dos poucos a não ter exames para conclusão do secundário”, dizia o título do texto principal, assinado pelo jornalista Samuel Silva. O trabalho, também publicado online, levou Rodrigo Caldeira, aluno do 10.º ano na Escola Secundária São Pedro, em Vila Real, a escrever um texto de opinião acerca do assunto e a participar, em janeiro, no concurso "Isto também é comigo!". Esse texto, que agora publicamos, mereceu a preferência do júri, composto por: Carla Fernandes, em representação da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE); Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Cristina Lin, aluna do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro, em Almada; e Mariana Oliveira, jornalista do PÚBLICO. O concurso, mensal, é uma Iniciativa do PÚBLICO na Escola e da RBE (consultar regras de participação). A versão final do modelo de acesso ao ensino superior viria a ser anunciada, pelos ministérios da Educação e do Ensino Superior, no dia 6 de fevereiro.
Paradoxos do sistema educativo português: afinal o que querem que sejamos?Durante o mês de janeiro, foram avançadas notícias relativas ao novo modelo de acesso ao ensino superior, cuja proposta previa, para além da obrigatoriedade de realização de três exames, que as provas deixassem de ser obrigatórias para a conclusão do ensino secundário, mas que se mantivessem para quem prosseguisse os estudos. Estes poderiam valer, pelo menos, metade da nota de acesso a uma universidade ou a um politécnico. Este sistema de avaliação reflete, quanto a mim, um dos paradoxos do atual sistema de ensino em Portugal. Ainda há pouco tempo fui, numa aula, convidado a ver o filme “O clube dos poetas mortos”. Neste filme, o professor Keating não hesita em sair das paredes da sala para ensinar aos alunos que aquilo que aprendem nas aulas também vive no exterior. É ainda consensual, ao nível da UE, que, no futuro próximo, as competências mais relevantes para uma vida ativa sejam o pensamento crítico e a criatividade, aspetos importantes na resolução de problemas complexos. Muitas vezes, ouvimos dizer que o nosso sistema de ensino é arcaico e não dá resposta às necessidades atuais do mercado de trabalho. Pede-se, por um lado, a nós, jovens, que tenhamos capacidade crítica, que participemos ativamente no contexto da nossa aprendizagem. Por outro lado, atribuem-nos um sistema de avaliação que valoriza a memorização ao invés da aprendizagem contínua, duas horas ao invés de três anos de participação, reflexão e avaliação. Um sistema que contribui para o aprofundar das desigualdades entre os alunos que têm capacidade financeira para se prepararem com a ajuda de explicadores, e aqueles que, sem meios, estudam sozinhos. Ensinam-nos a valorizar e a respeitar os professores, mas é o próprio sistema que desconfia da sua capacidade em analisar o aluno durante um, dois ou três anos letivos. Se a ideia é promover o equilíbrio entre o público e o privado, que se fiscalize mais, em vez de condicionarem o nosso futuro a duas horas de um exame elaborado sobre a alcatifa de um qualquer gabinete, sem ter em conta aquele professor que nos acompanhou no litoral e no interior, em casa, através de um ecrã, ou na escola. Não pode ser! Isto também é comigo! Rodrigo Caldeira10.º ano Escola Secundária São Pedro – Vila Real |
A aluna Iva Tavares leu, no jornal PÚBLICO, um artigo da autoria da professora e investigadora Cecília Honório e decidiu escrever também um, para expressar o seu ponto de vista. Esse texto, que abaixo publicamos, venceu a edição de dezembro do concurso “Isto também é comigo!”, promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares (RBE).
Feminismo e extrema-direitaCom a recente eleição da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, feministas liberais felicitaram a sua vitória, acreditando que para além de um ganho para a recém ministra seja também uma conquista para todas as mulheres. Será uma vitória para todas as mulheres, a eleição de Giorgia Meloni? Tive esse questionamento depois de ler o artigo da Cecília Honório “O feminismo liberal a normalizar a extrema-direita”. Segundo o mesmo, uma das premissas [destas reações] é acreditar que “uma mulher na política [ é ] como um vasilhame, sem ideologia nem agenda política”. Premissa da qual discordo, pois qualquer ser político representa uma ideologia, sendo que, no caso de Meloni, esta representa políticas e ideologias de extrema-direita. Uma das medidas do seu programa eleitoral é a abolição do rendimento de cidadania, o que retirou milhões de famílias italianas da pobreza, sobretudo mães que, com mais rendimentos, tinham conquistado mais autonomia. A eliminação deste rendimento não defende os interesses das mulheres. Além disso, Giorgia Meloni não poderia mesmo representar as mulheres, visto que elas votaram menos que os homens. “Elas representam 51,74% das pessoas com direito a voto, mas em 25 de setembro 65,74% dos homens foram às urnas e 62,19% das mulheres”, afirmou Davide Del Monte da plataforma onData, em declarações à Agência ANSA. Então, se Meloni não representa as mulheres, quem representa? Malala, uma das maiores ativistas, trabalha para que mulheres e crianças por todo mundo tenham acesso à educação. Em contraste, Giorgia tira rendimentos de famílias, o que compromete os estudos de várias italianas. Marielle Franco, a vereadora brasileira, “[trabalhou na] comissão de defesa das mulheres e construiu um mandato […] com foco em saúde pública e direito das mulheres” , como se lê na Agenda Marielle; em contrapartida, Meloni compartilhou um vídeo de uma mulher a ser violada. Em suma, será Giorgia Meloni ou qualquer mulher de extrema-direita em destaque político uma conquista? Não, não será. Porém, devemos lutar para que mais mulheres ocupem esses espaços, mas com políticas que construam e desenvolvam a sua vida. Por isso, deixo aqui a seguinte frase, que pode servir de apelo: “Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas” (Audre Lorde). Iva Tavares12.º ano Agrupamento de Escolas da Moita |
Iva Tavares irá receber uma colecção de livros do PÚBLICO. A escola poderá escolher entre uma assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma colecção de livros para a biblioteca.
Integraram o júri do concurso: Carolina Franco, jornalista, colaboradora do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Gustavo Pereira, aluno do AE de Águas Santas; Luísa Gonçalves, coordenadora do PÚBLICO na Escola; e Raquel Ramos, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
Vencedora, em novembro, do concurso mensal de textos de opinião é aluna do 12.º ano no Agrupamento de Escolas de Azambuja.
Quinta-feira, 10 de novembro de 2022. Na página 16 do PÚBLICO em papel, um trabalho da jornalista Patrícia Carvalho com o título: "Afluência elevada aos serviços de urgências faz disparar tempos de espera dos doentes". Sofia Rodrigues, aluna do 12.º ano no Agrupamento de Escolas de Azambuja, leu-o e escolheu-o como ponto de partida para o texto de opinião que lhe deu a vitória no concurso “Isto também é comigo!” — e que por essa razão agora publicamos.
De Pandemia a PandemónioDiariamente há notícias sobre problemas nos serviços públicos de saúde em Portugal e a pandemia terá agravado este cenário. O pandemónio é tanto que até a ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou o seu pedido de demissão. Ficamos sem saber se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está à beira de um colapso ou se o querem tornar pior do que já está. As urgências dos hospitais estão sobrelotadas. De acordo com uma notícia do PÚBLICO de 10-11-2022 (versão impressa), há relatos de utentes que esperam mais de 24 horas para serem atendidos, nas urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Verifica-se, realmente, uma pressão extra nas urgências hospitalares, sendo preciso reforçar a capacidade de resposta. O caos que se tem vivido ultimamente não pode continuar. Devemos questionar-nos acerca do porquê de os portugueses se dirigirem aos serviços de urgência. A resposta, na minha opinião, é simples: é porque não têm alternativa. Muitas situações não justificam a deslocação às urgências hospitalares, até porque “não pode ser o serviço de urgências a resolver todos os problemas, é impossível”, conforme declarações de João Gouveia, diretor do serviço de urgências do Hospital de Santa Maria; mas as unidades de cuidados primários, como os centros de saúde, não são capazes de assegurar plenamente estas situações. A que se deve isto? À falta de médicos? Não há falta de médicos: há falta de médicos a sujeitarem-se. Se o setor privado lhes oferece melhores condições (remuneratórias e outras), para quê submeterem-se à desorganização e à má gestão do SNS? Nos centros de saúde não há médicos, nos hospitais passa-se o mesmo, mas se se dirigirem, por exemplo, à CUF ou ao Hospital da Luz, constatarão que isto não acontece. As unidades do setor privado dão regalias e formação, fazem contratos flexíveis e, portanto, tornam-se muito mais atrativas, dificultando, paralelamente, a vida ao setor público, que não consegue fixar estes profissionais. Devo dizer que as soluções recentemente apresentadas são “pensos rápidos”, não resolvem os problemas a longo prazo. Tornem obrigatório o cumprimento de “x” anos de serviço no setor público e talvez se verifiquem algumas mudanças. Sofia Rodrigues12.º ano Agrupamento de Escolas de Azambuja |
A vencedora da edição de novembro deste concurso promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares irá receber uma coleção de livros do PÚBLICO. A escola poderá escolher entre uma assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma coleção de livros para a biblioteca.
Integraram o júri do concurso: Carla Fernandes, em representação da RBE; Carolina Franco, jornalista, colaboradora do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Diana Pocinho, aluna, do AE de Colmeias, Leiria; e Luísa Gonçalves, coordenadora do PÚBLICO na Escola.
Aluno do Agrupamento Santos Simões venceu a edição mensal do concurso de textos de opinião, dinamizado pelo PÚBLICO na escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares. Um artigo sobre o despovoamento do Interior, no qual se insurge contra a intenção do poder central de encerrar blocos de partos, valeu a Rui Jorge Badim Pinto, do Agrupamento de Escolas de Santos Simões, de Guimarães, a vitória na edição de outubro de 2022 do concurso “Isto também é comigo!”, promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares. Aluno do 11.º ano, Rui Jorge Badim Pinto não ficou indiferente à reportagem “Querem fechar blocos de partos? ‘Dão uma mala a cada um destes habitantes e vamos todos para o litoral do país’”, que Natália Faria e Nelson Garrido assinam na edição de 22/10/2022 do PÚBLICO, deixando-se impressionar sobretudo pelas declarações dos autarcas a que o trabalho deu voz. “O futuro mora no Interior?” é a questão que serve de título ao artigo premiado que aqui se reproduz. |
Está de volta esta iniciativa mensal da Rede de Bibliotecas Escolares e do PÚBLICO na Escola que vai premiar os melhores textos entre outubro de 2022 e maio de 2023.
Funciona assim: todos os meses, os alunos do ensino secundário são convidados a escrever um texto de opinião sobre um trabalho do PÚBLICO que lhes tenha despertado a atenção. Impresso ou online, em forma de texto, fotografia, vídeo, podcast... Precisa é de ter sido publicado durante o mês em que o estudante participa na iniciativa. A participação traduz-se no envio de um texto, que não pode ir além das 350 palavras, a dizer o que pensa acerca do assunto que o motivou.
Para ajudar os candidatos, disponibiliza-se um guião com dez pontos a ter em conta ao escrever um texto de opinião.
As regras de participação neste “Isto também é comigo!” preveem que cada aluno possa participar as vezes que desejar. Os textos de opinião são submetidos pelo professor bibliotecário, através do preenchimento de um formulário, até à última sexta-feira de cada mês. Mensalmente, o texto selecionado pelo júri será publicado nas plataformas digitais do PÚBLICO na Escola e da RBE e respetivas redes sociais, uma vez mais até à última sexta-feira do mês seguinte à participação dos estudantes. O autor terá ainda direito a uma coleção de livros do PÚBLICO. À escola que frequenta será oferecida a assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma coleção de livros para a respetiva biblioteca.
Com esta iniciativa pretende-se “promover o contacto dos alunos com a atualidade através da leitura regular da imprensa; incentivar a escrita de textos de opinião sobre temas mediáticos, respeitando as características, a estrutura e a finalidade desta tipologia textual; ajudar a compreender o modo como os textos mediáticos se alicerçam em conceções do mundo particulares e comunicam valores”.
“Isto também é comigo!” insere-se numa parceria entre o PÚBLICO na Escola e a Rede de Bibliotecas Escolares, apresentada na segunda-feira, 25 de outubro de 2021, num programa no Ao Vivo do PÚBLICO: “Aceita o desafio: da tua biblioteca ao PÚBLICO”.