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“Taliban proíbem as funcionárias afegãs da ONU de trabalhar”. Era este o título da notícia do PÚBLICO, da autoria da jornalista Sofia Lorena, que levou Gabriel Oviedo a escrever o texto de opinião distinguido na edição de abril de 2023 do “Isto também é comigo!”, o concurso mensal promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares.
O aluno vencedor recebe uma coleção de livros do PÚBLICO e vê o seu texto publicado. A escola ganha uma assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma coleção de livros para a biblioteca. Do júri fizeram parte: Carolina Franco, jornalista, colaboradora do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Cristina Lin, aluna do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro, em Almada; e Raquel Ramos, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
Direitos das mulheres no Afeganistão: uma miragem?Após a chegada dos Taliban ao poder no Afeganistão, as consequências socioeconómicas notaram-se rapidamente, com a galopante crise económica do país em conjugação nefasta com a crise humanitária. Efetivamente, desde a tomada de Cabul, o mundo tem vindo a assistir às mais grosseiras formas de violação dos direitos humanos, com repercussões particularmente dramáticas para as mulheres, que foram impedidas de trabalhar e de estudar. Além disso, as mulheres não têm a possibilidade de visitar jardins, parques, piscinas ou ginásios e, em distâncias superiores a 70 km, podem apenas deslocar-se com um “guardião” masculino, como nos foi revelado no artigo da autoria de Sofia Lorena. Foram estas leis discriminatórias que levaram a que o staff feminino do Afeganistão na ONU deixasse de poder exercer as suas funções. A injustiça escandalosamente gritante da situação exposta neste artigo levou-me a selecioná-lo como objeto de reflexão. Apesar da impotência que se sente perante o que nos é apresentado, importa continuar a dar destaque a este caso nos nossos órgãos de comunicação social. Tal como no caso da morte de Mahsa Amini no Irão, com as manifestações que se lhe seguiram, é imperativo que a opinião pública ocidental continue a mobilizar-se em torno do protesto contra as violações dos direitos das mulheres em qualquer parte do globo. Está nas nossas mãos, enquanto cidadãos, a possibilidade de reivindicar aos nossos governantes o exercício de pressão política – pelas vias diplomáticas – sobre os regimes totalitaristas que procuram fazer da opressão das mulheres um estilo de vida. Não basta a indignação perante as decisões dos Taliban e catalogar o país como “o mais repressivo do mundo para o direito das mulheres”; agir não deveria ser uma escolha, mas um dever quando os direitos humanos são violados. Importa, por isso, repetir as vezes que forem necessárias: os direitos das mulheres são, antes de mais, direitos humanos. Qualquer mulher, em qualquer parte do mundo, devia ver respeitados os seus direitos essenciais. Estes não podem ser uma realidade para uma parte da Humanidade e, para a outra parte, apenas uma miragem. Gabriel OviedoEscola Secundária Henriques Nogueira, Torres Vedras 12.ºano |