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Vencedora, em novembro, do concurso mensal de textos de opinião é aluna do 12.º ano no Agrupamento de Escolas de Azambuja.
Quinta-feira, 10 de novembro de 2022. Na página 16 do PÚBLICO em papel, um trabalho da jornalista Patrícia Carvalho com o título: "Afluência elevada aos serviços de urgências faz disparar tempos de espera dos doentes". Sofia Rodrigues, aluna do 12.º ano no Agrupamento de Escolas de Azambuja, leu-o e escolheu-o como ponto de partida para o texto de opinião que lhe deu a vitória no concurso “Isto também é comigo!” — e que por essa razão agora publicamos.
De Pandemia a PandemónioDiariamente há notícias sobre problemas nos serviços públicos de saúde em Portugal e a pandemia terá agravado este cenário. O pandemónio é tanto que até a ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou o seu pedido de demissão. Ficamos sem saber se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está à beira de um colapso ou se o querem tornar pior do que já está. As urgências dos hospitais estão sobrelotadas. De acordo com uma notícia do PÚBLICO de 10-11-2022 (versão impressa), há relatos de utentes que esperam mais de 24 horas para serem atendidos, nas urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Verifica-se, realmente, uma pressão extra nas urgências hospitalares, sendo preciso reforçar a capacidade de resposta. O caos que se tem vivido ultimamente não pode continuar. Devemos questionar-nos acerca do porquê de os portugueses se dirigirem aos serviços de urgência. A resposta, na minha opinião, é simples: é porque não têm alternativa. Muitas situações não justificam a deslocação às urgências hospitalares, até porque “não pode ser o serviço de urgências a resolver todos os problemas, é impossível”, conforme declarações de João Gouveia, diretor do serviço de urgências do Hospital de Santa Maria; mas as unidades de cuidados primários, como os centros de saúde, não são capazes de assegurar plenamente estas situações. A que se deve isto? À falta de médicos? Não há falta de médicos: há falta de médicos a sujeitarem-se. Se o setor privado lhes oferece melhores condições (remuneratórias e outras), para quê submeterem-se à desorganização e à má gestão do SNS? Nos centros de saúde não há médicos, nos hospitais passa-se o mesmo, mas se se dirigirem, por exemplo, à CUF ou ao Hospital da Luz, constatarão que isto não acontece. As unidades do setor privado dão regalias e formação, fazem contratos flexíveis e, portanto, tornam-se muito mais atrativas, dificultando, paralelamente, a vida ao setor público, que não consegue fixar estes profissionais. Devo dizer que as soluções recentemente apresentadas são “pensos rápidos”, não resolvem os problemas a longo prazo. Tornem obrigatório o cumprimento de “x” anos de serviço no setor público e talvez se verifiquem algumas mudanças. Sofia Rodrigues12.º ano Agrupamento de Escolas de Azambuja |
A vencedora da edição de novembro deste concurso promovido pelo PÚBLICO na Escola e pela Rede de Bibliotecas Escolares irá receber uma coleção de livros do PÚBLICO. A escola poderá escolher entre uma assinatura digital anual do PÚBLICO ou uma coleção de livros para a biblioteca.
Integraram o júri do concurso: Carla Fernandes, em representação da RBE; Carolina Franco, jornalista, colaboradora do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Diana Pocinho, aluna, do AE de Colmeias, Leiria; e Luísa Gonçalves, coordenadora do PÚBLICO na Escola.