Iniciativa que consiste num concurso de escrita criativa que implica escrever um texto original e criativo subordinado a um tema a definir em cada ano. Os textos podem ser apresentados em Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira (Inglês, Francês, Espanhol ou Alemão).
Em 2023.2024, o concurso implicou escrever um texto original e criativo subordinado ao tema “Eu, cidadão em democracia”.
Os jovens participantes, divididos em dois escalões (Escalão A - Grupo etário 12-15; Escalão B - Grupo etário 16-19), exercitaram as competências de escrita criativa associadas à reflexão do tema em apreço, tendo agora oportunidade de ver os seus trabalhos no Portal da RBE e do Agrupamento.
[25.04.2024] Eu, cidadão em democraciaSendo um jovem de 15 anos a navegar pelos caminhos emaranhados da adolescência, vejo-me, por vezes, a refletir sobre o significado do meu papel como cidadão em democracia, principalmente nestes últimos tempos, com as eleições à porta. Eu já nasci e cresci depois do 25 de abril, ou seja, num país onde a liberdade e os direitos são “um dado adquirido”. Assim, refletindo mais afincadamente sobre esta questão, apercebi-me de que ser um jovem cidadão numa democracia não deve ser apenas uma «marca», um «rótulo», mas, sim, uma profunda responsabilidade. Viver numa democracia significa mais do que simplesmente desfrutar dos privilégios da liberdade de expressão e de eleições justas. Penso que ser cidadão, numa sociedade democrática, implica participar ativamente na formação dessa mesma sociedade em que vivemos. Desde os corredores movimentados da minha escola até aos cantos tranquilos da minha casa, sinto que a democracia prospera com o envolvimento dos seus cidadãos. Um dos pilares fundamentais da democracia é o direito de expressar opiniões e preocupações, ou seja, dar liberdade ao pensamento e à palavra. Como um jovem cidadão, percebo que a minha voz importa, seja por meio de reuniões da assembleia de alunos, entre amigos, família, colegas, redes sociais ou, até, através de fóruns comunitários. Deste modo, tenho o poder de lutar por questões que mexem comigo, desde a proteção ambiental à reforma educativa. A democracia dá-me asas para eu me expressar genuinamente e incentiva-me a ouvir diferentes perspetivas, promovendo, em mim e nos outros, uma cultura de inclusão e de entendimento, tornando-me um participante ativo na formação do futuro do meu país. No entanto, com direitos vêm responsabilidades. Ser um jovem cidadão numa democracia significa, também, envolver-me ativamente no processo democrático. Significa educar-me sobre as questões que moldam a sociedade e participar nas eleições, mesmo que ainda não o possa fazer. Significa respeitar o estado de direito e contribuir, positivamente, para a minha comunidade, seja por meio de trabalho voluntário ou por simples atos de bondade. A democracia é um puzzle colorido, montado com diferentes peças de compromisso e cooperação. Como um jovem cidadão, aprendi que é importante trabalhar em conjunto em prol de objetivos comuns. Seja com colegas da turma, num projeto de grupo, ou por meio de voluntariado, por uma causa digna, a democracia ensina-me o valor da ação coletiva e a força que vem da união. Cada interação, cada debate e cada decisão que tomo molda-me, tornando-me um cidadão mais informado e responsável. Em conclusão, ser um jovem cidadão numa democracia é um privilégio, embora também uma responsabilidades. Assim, abraço os direitos que me são concedidos, enquanto reconheço os deveres que os acompanham. Trata-se de defender tudo em que acredito, colaborar com os outros para promover mudanças positivas e continuar a aprender e a crescer. Enquanto percorro a adolescência, orgulho-me de ser um jovem cidadão, pronto para contribuir com a minha parte para o puzzle que é a democracia. Tomás Silva Paiva de SáAgrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite - S. João da Madeira - 10.º ano |