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"Eu gosto do que faço, mas também sei quais são os meus direitos e quero lutar por eles. Só porque me pagam um salário não tenho de fazer tudo o que me mandam, inclusivamente com o meu corpo”. M. tem razão. Não devemos mudar quem somos apenas porque a sociedade o impõe. Pelo contrário, devemos lutar para que imposições injustas e desumanas cheguem ao fim.
Infelizmente, vivemos numa sociedade que não nos permite ser nós próprios e que ainda hoje não tem uma visão lúcida para aceitar os que considera “diferentes”, o que nos mostra o muito que ainda temos de evoluir. A situação apresentada na notícia é bem elucidativa de que ainda persistem situações discriminatórias quanto à expressão de género, como as que constam do manual de aparência da Ryanair, que “proíbe a utilização de maquilhagem ou brincos por homens” e “obriga as mulheres a usarem maquilhagem”, a depilarem-se com frequência e a usarem saltos altos.
É inadmissível que estes estereótipos que a sociedade normalizou sejam convertidos em diretrizes de um manual de aparência de uma companhia aérea, afetando a dignidade dos seus trabalhadores, de pessoas como M., que deviam ser ouvidas e respeitadas. O que esta notícia nos mostra é a urgência de discutirmos este tema na atualidade. Não podemos continuar a viver numa sociedade com um padrão de género e um sistema binário antiquados. É urgente apostar na mudança. Tal como se indica na notícia, a SkyUp Airlines e a Play escolheram fazer algo para mudar. Através das alterações introduzidas às regras de aparência dos seus trabalhadores, escolheram ser melhores e mais humanas.
Importa, por fim, realçar que cabe a cada um de nós ter uma mentalidade aberta, porque, num mundo em constante mudança, não existe a opção de ficar parado.
Carolina Moreira, 11.º ano
AE deHenriques Nogueira, Torres Vedras