novembro | dezembro | janeiro | fevereiro | março | abril | maio |
A notícia “Mulher grávida e bebé morrem após ataque à maternidade de Mariupol”, de Carolina Amado, divulgada pelo Público, confronta-nos com uma amostra do sofrimento vivenciado pelas vítimas civis da guerra.
O percurso existencial da humanidade desenvolve-se em torno de uma bifurcação que opõe duas realidades antitéticas: uma em que a paz e o respeito pelos direitos humanos são a pedra basilar da ação humana, e outra toldada por conflitos bélicos, que reduzem a vida humana à insignificância, que tem efeitos perniciosos, como a destruição, a fome, o medo, a dor, e a morte… e se aos olhos da racionalidade e da ética a escolha é inequívoca, a verdade é que a paz estabelecida facilmente claudica perante a ganância desmedida e má índole que toldam uma fração da sociedade.
Desde o dia 24/02/2022, assistimos, no conforto do nosso lar, à destruição de um país soberano. Não há palavras que permitam retratar a dor e a mágoa daqueles que vivem dias tenebrosos no palco de combate.
Esta mãe, que morreu no hospital, representa tantas outras que perderam os filhos. Apesar dos ferimentos, só quis desistir ao aperceber-se de que o seu maior tesouro tinha morrido. O grito premente “Matem-me já!” denuncia a perda de um sentido para a vida e devia envergonhar-nos a todos. Quem dá ordens para cometer estas atrocidades não tem mãe, pai, avós, filhos? Consegue dormir sobre o sangue derramado, sobre os escombros e o sofrimento que causou? Que tipo de ser fere o outro e tem a desfaçatez de se dizer inocente?
Ninguém pode ficar indiferente a esta tragédia. Virar as costas àqueles que, sufocados pela dor, põem a vida em risco para procurar um futuro e para se sentirem integrados na família humana é um ato indigno, de extrema insensibilidade.
[*] o homem é o lobo do próprio homemVítor Pires, 12.º ano
Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena