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De acordo com uma notícia do PÚBLICO, de 24 de maio, ["Um terço dos alunos e metade dos professores apresentam sinais de sofrimento psicológico"], cerca de um terço dos alunos das escolas portuguesas tem sinais de sofrimento psicológico e défice de competências socioemocionais, que se agravam com o avançar da escolaridade.
Foto: DANIEL ROCHA/PÚBLICODe facto, os estudos científicos mostram que os problemas de saúde mental se acentuam à medida que os alunos crescem, sendo o secundário a altura em que são reportadas mais situações críticas, não só pelo nível de dificuldade acrescido deste ciclo de ensino, mas também por ser aquele em que há uma maior quantidade de disciplinas, matérias, testes e ainda exames nacionais. Além destes fatores relacionados com a escola, os problemas de saúde mental podem surgir ou ser agravados por outros motivos, como experiências problemáticas do passado ou questões de ordem familiar, por exemplo.
Os estudos apresentados fazem-nos temer que as crianças e os jovens portugueses fiquem cada vez mais sujeitos a desenvolverem problemas graves de saúde mental. Para resolver estas questões, considero que seria essencial que todas as escolas pudessem contratar mais do que um psicólogo, com o objetivo de apoiar os alunos, ajudando-os a fortalecer a resiliência psicológica e a diminuir a probabilidade de sofrerem de problemas de saúde mental. Estes profissionais poderiam, também, orientar e encaminhar os casos mais complexos para outras entidades de apoio, evitando-se desfechos trágicos. Por outro lado, ao aceitarem o acompanhamento de um psicólogo, os alunos desenvolveriam um maior autoconhecimento e uma maior inteligência emocional, o que poderia ajudá-los a elevar a sua autoestima, com impacto positivo nos seus relacionamentos interpessoais.
Resumindo, a contratação de mais psicólogos para as escolas portuguesas poderá dar um precioso contributo para inverter a tendência preocupante de agravamento dos problemas de saúde mental entre as crianças e os jovens do nosso país.
Margarida Constantino