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“A notícia do PÚBLICO “As opiniões dos jovens contam? Não, dizem 80% dos inquiridos pela Unicef”, de 19 de novembro de 2021, fez-me perceber que também eu me incluo na elevada percentagem de jovens que lamentam não ser ouvidos. Estes resultados, no meu entender, refletem um problema de ordem cívica, pois uma sociedade justa deve dar voz a todos os seus cidadãos, independentemente da idade. Importa, por isso, elogiar a iniciativa da Unicef, que teve precisamente como objetivo “reforçar a importância da participação das crianças em todos os assuntos que lhes dizem respeito”.
Creio que existe, atualmente, uma grande falta de compreensão da população jovem por parte dos adultos, visto que o conceito de adolescente cai muito facilmente – e de forma injusta – no estereótipo. É importante frisar que a nossa geração está exposta a realidades bem distintas daquelas vividas por gerações passadas. Como mencionado na notícia, acredita-se que, hoje em dia, os maiores desafios dos adolescentes são as redes sociais e a saúde mental, que, como apontam diversos estudos, estão fortemente relacionadas. Os resultados do inquérito também revelam a preocupação dos jovens com a debilidade dos transportes públicos assim como a sua vontade de apoiar a comunidade através de ações de voluntariado, o que não só mostra que nos preocupamos com o bem comum, mas também que existem problemas que só a nossa geração compreende e que, para se solucionarem de forma adequada, requerem a nossa opinião.
É, por tudo isso, ilógico não se valorizar a voz dos jovens numa sociedade democrática, que, por princípio, deve assegurar a representatividade das mais diversas perspetivas dos seus cidadãos. A nossa opinião deve ser tida em conta, sim, de modo a que possamos fazer a diferença agora e num mundo que, um dia, estará à nossa responsabilidade.”
Leonor Antunes
11.º ano
AE Henriques Nogueira, Torres Vedras