Iniciativa que consiste num concurso de escrita criativa que implica escrever um texto original e criativo subordinado a um tema a definir em cada ano. Os textos podem ser apresentados em Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira (Inglês, Francês, Espanhol ou Alemão).
Em 2024.2025, o concurso implicou escrever um texto original e criativo subordinado ao tema “Cidadania e interculturalidade”.
Os jovens participantes, divididos em dois escalões (Escalão A - Grupo etário 12-15; Escalão B - Grupo etário 16-19), exercitaram as competências de escrita criativa associadas à reflexão do tema em apreço, tendo agora oportunidade de ver os seus trabalhos no Portal da RBE e do Agrupamento.
Manifesto das Raízes que unem e das Asas que transformamEntre as raízes da terra e as asas do céu, A adolescência – onde me enquadro – é o período mais crítico na formação da identidade. Somos uma escultura ainda inacabada com rasgos exteriores abruptos, mas camadas interiores plenas de fragilidade e fluidez. Vivemos num mundo em que as fronteiras se diluem e as culturas se entrelaçam, como fios de um tecido rico e vivo. A cidadania, neste contexto, assume um novo significado: é ser parte de um mosaico humano onde a diversidade é a força que une, e não a fraqueza que separa. Com herança luso-albanesa, vivo diariamente essa fusão de culturas – um pé nas tradições que herdei do meu pai, e outro nas histórias, na língua e nos costumes da minha mãe. O pluralismo é o meu ponto de partida, e vejo nele uma força que nos permite ser mais do que apenas uma identidade fixa. Para sermos cidadãos num mundo que respeita esse pluralismo e a diversidade cultural, precisamos, primeiro, de aprender a ver o outro como um reflexo de nós mesmos – humanos em busca de dignidade, respeito e oportunidades. A igualdade não é apenas um princípio, mas uma prática a cultivar diariamente. É abraçar a ideia de que cada pessoa merece as mesmas oportunidades, independentemente da cor da sua pele, do país onde nasceu, ou do idioma que fala. Numa sociedade cada vez mais globalizada, o desafio é maior. É fácil criar estereótipos ou fechar os olhos à complexidade do outro. É mais difícil, mas muito mais recompensador, abrir a mente para entender. Precisamos de promover valores como empatia, solidariedade e justiça. A inclusão não pode ser apenas uma palavra de vanguarda, mas uma realidade que se vive nas escolas, nas ruas e no trabalho. Quando combatemos o racismo, a xenofobia e a discriminação, não estamos apenas a proteger os direitos de minorias; estamos a fortalecer o tecido social de todos. Afinal, uma sociedade que respeita e valoriza cada cultura é uma sociedade mais rica, mais forte e mais preparada para enfrentar os desafios que surgem cada dia. As oportunidades de viver numa sociedade global são muitas. Podemos aprender idiomas, tradições e perspetivas diferentes. Podemos transformar essa convivência numa fonte de inovação e de criação. Quando entendemos o outro, ampliamos a nossa visão do mundo e tornamo-nos mais completos. A diversidade é uma riqueza infinita, e cabe-nos cuidar dela. Por isso, que este manifesto seja um apelo a todos os que têm raízes profundas e asas prontas a voar. Que possamos caminhar lado a lado, partilhando o que nos distingue e celebrando o que nos une. Que cada cidadão, de cada cultura, seja uma peça indispensável neste mundo plural. Que possamos construir uma sociedade onde as diferenças são aceites e as semelhanças celebradas, onde o respeito e a dignidade humana são as pedras angulares. Açucena Martins Tavares da Silva Alijaj, 12º AnoAgrupamento de Escolas de Rio Tinto nº3 - Escola Secundária de Rio Tinto, Rio Tinto |