Iniciativa que consiste num concurso de escrita criativa que implica escrever um texto original e criativo subordinado a um tema a definir em cada ano. Os textos podem ser apresentados em Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira (Inglês, Francês, Espanhol ou Alemão).
Em 2022.2023, o concurso implicou escrever um texto original e criativo subordinado ao tema “Eu cidadão”.
Os jovens participantes, divididos em dois escalões (Escalão A - Grupo etário 12-15; Escalão B - Grupo etário 16-19), exercitaram as competências de escrita criativa associadas à reflexão do tema em apreço, tendo agora oportunidade de ver os seus trabalhos no Portal da RBE e do Agrupamento.
[12.04.2023] Eu, cidadã? Claro… nem hesitoEra um dia normal, como tantos outros… A verdade é que posso começar assim, porque, infelizmente, em todos os dias ditos normais acontecem destas cenas maradas. Estava às compras com a minha mãe e as minhas tias, numa rua muito conhecida do Porto, e presenciei uma cena horripilante. Uma pessoa do sexo feminino e de raça preta, sem abrigo, estava a ser maltratada por um homem que também parecia ser sem abrigo. Ninguém foi ajudar. Por medo? Por pensarem que nada disto era com eles? Os homens que por lá passavam nada faziam e, por incrível que pareça, nem as próprias mulheres que viam aquela estupidez humana. Os homens não atuaram… é verdade, mas não me admirei, mesmo não podendo generalizar, atrevo-me a classificar a maioria masculina como machista. Mas e as mulheres? Arre … somos mulheres… somos iguais… devemos reclamar, gritar pelos nossos direitos, denunciar… Foi o que fiz. Peguei no telemóvel e liguei para o 112. Foi o primeiro número que me veio à cabeça. Pois bem… parece que este mundo está cada vez pior. — Século XXI, gente ! – gritei eu, a plenos pulmões. Mas não me dei por satisfeita e tornei a gritar, agora com mais força. — Século XXI, gente! Ah… aconteceu um momento de silêncio e depois todos os que por ali estavam começaram a tratar de acalmar o homem. Não foi preciso intervir muito, porque a polícia chegou em poucos minutos. Afinal estávamos numa rua do Porto muito movimentada e há sempre polícias por ali. Isto passou-se comigo, mas deve haver tantos casos por aí!.. Por isso, nenhum dia será normal enquanto alguém agredir, discriminar e violar os direitos que temos de ser livres e felizes. Érica Filipa Nogueira FonsecaAgrupamento de Escolas do Sudeste de Baião - 9º ano |