A minha vida em perspetiva. O que me atormenta? O que quero alcançar?

A vida em perspetiva... um tema bastante abordado nestes últimos tempos, principalmente nas escolas. A maioria dos professores questiona os alunos “O que queres ser, no futuro? O que gostavas de fazer na tua vida?”. Alguns alunos têm uma resposta ou uma ideia daquilo que pretendem ou daquilo com que sonham; outros, ainda não sabem bem que caminho seguir.

Recuando aos meus seis, sete anos, recordo-me que sonhava em ser cabeleireira ou esteticista! Ser veterinária também me cativava bastante, pois é notória a minha grande paixão por animais.

“Quando for grande...”, eu quero ser médica. Cresci, já tenho doze anos e sinto o desejo de seguir uma área profissional em que me sinta bastante útil ou, melhor ainda, quero estar mais próxima das pessoas e ajudar a comunidade. Com o passar dos anos e fazendo uma reflexão de tudo o que me rodeia, comecei a perceber o grande papel que as áreas da educação e da saúde assumem.

A educação é o pilar estrutural da sociedade e o que traça o nosso perfil de filho, aluno, profissional, cidadão. Muito agradeço à minha família pelos valores que tão bem me incutem em casa; muito agradeço aos professores, por me receberem todos os dias, com um sorriso no rosto e repletos de vontade de ensinar cada vez mais, deixando o cansaço em casa e tornando o período letivo num memorável momento de partilha e aprendizagem; muito agradeço à escola, por ser a minha segunda casa.

A saúde e a qualidade de vida estão interligadas. Conseguimos encontrar o nosso equilíbrio, o bem-estar físico, mental e social, estar perto das pessoas de quem gostamos, desempenhar as nossas tarefas profissionais e ocupacionais. Para sermos bons profissionais, seja qual for a área, temos de nos sentir bem. Eu quero contribuir para tal. Quero ajudar, apoiar,   colaborar.   Não   sei   que   especialidade   seguir,   mas   acredito   que   o   tempo   é   bom
conselheiro e me irá soprar alguma coisa aos ouvidos.

No entanto, nem tudo no “futuro” será um mar de rosas. Atormenta-me a ideia da escassez de recursos naturais suficientes para a existência de vida na Terra. A título de exemplo, o abate excessivo de animais para consumo humano, a desflorestação, o aumento da pegada ecológica, a excessiva e perigosa exploração mineira e a poluição são graves problemas desta sociedade que “está doente”, e que nós, jovens, vamos ter de resolver no futuro. Esse “futuro” que pode não demorar assim tanto a chegar. Eu sei que nós, os jovens, somos a geraçãofutura, aquela que vai deparar-se com os problemas maioritariamente deixado por vocês, os adultos e os antepassados.

Outro espinho ao qual guardo respeito é o custo da educação em Portugal. Para realizar o meu sonho de ser médica, um longo percurso terei pela frente, não só académico, mas também “monetário”. O acesso à educação devia ser de forma gratuita, independentemente do nível de ensino. A criação de mais bolsas de estudo e de residências universitárias são questões que exigem uma resposta urgente.

Termino este desafio, com grande entusiasmo. Considero estas frases, como sendo parte de uma página do meu diário. Sinto necessidade de cumprir a minha missão nesta vida e ajudar. Quero relembrar a todos que a Cidadania é um direito e um dever de todos, o respeito deve ser mútuo. Nós, pessoas, somos todas iguais.

O futuro está nas mãos de todos nós!

Letícia Benedita Cardoso Silva
Agrupamento de Escolas Latino Coelho - Lamego
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