[Iniciativa do projeto PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares, o concurso “Isto também é comigo!” distingue, todos os meses, um texto de opinião da autoria de estudantes do ensino secundário, tendo como ponto de partida para a reflexão um trabalho do PÚBLICO — que, em fevereiro de 2025, foi “Pelo menos cinco mulheres mortas desde o início de 2025”, de Leonor Alhinho, manchete da edição do dia 1. Integraram o júri, nesta edição de fevereiro: Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE; Carolina Franco, jornalista, PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora, AE António Correia de Oliveira, em Esposende; e Lara Batista, aluna do 12.º ano do Agrupamento de Escolas de Monserrate.
O flagelo da violência contra as mulheres: um problema que exige ação imediataA notícia publicada no jornal PÚBLICO de 1 de fevereiro de 2025, escrita por Leonor Alhinho, expõe uma realidade alarmante: só no primeiro mês do ano, pelo menos cinco mulheres foram assassinadas pelos seus companheiros em Portugal, vítimas de violência doméstica. A notícia também revela que pelo menos quatro homens já foram detidos por crimes de violência doméstica e outro tipo de violações. Estes números não representam apenas estatísticas. São vidas ceifadas, famílias destruídas e o reflexo de uma sociedade onde o machismo e a desigualdade de género continuam profundamente enraizados. Acho que o aumento dos casos de feminicídio e violência sexual prova que ainda há muitas falhas na proteção das vítimas de violência doméstica. Este tipo de violência não pode ser visto apenas como um problema pessoal, mas como algo muito mais profundo, que precisa de respostas sérias, da parte do Estado e da sociedade. Apesar de já existirem alguns serviços de apoio, muitas mulheres continuam a correr riscos todos os dias. Por isso, é muito importante que as políticas de prevenção, proteção e punição destes crimes sejam reforçadas. A violência doméstica não é só uma questão de segurança, mas também um problema de saúde pública e de justiça social. As vítimas, que na maioria dos casos são mulheres, precisam de apoio psicológico e de assistência jurídica para conseguirem sair dessas situações. Além disso, é essencial apostar mais na educação para a igualdade de género para que, no futuro, não se continuem a repetir os mesmos padrões de violência e de desigualdade. Não podemos aceitar que a violência contra as mulheres continue a ser banalizada ou tratada como um problema secundário. A luta contra o feminicídio deve ser uma prioridade nacional. É tempo de transformar a indignação em ação concreta. Ana Carolina Lopes Mendes, 10.º anoExternato de Vila Meã - Amarante |