Ancorado na ideia do 'círculo sem fim' e arrancando no inverno, na altura em que um esquilo hiberna na sua toca junto a uma árvore, assim abre este clássico de Iela Mari, datado de 1973, mas de uma tremenda atualidade.Logo nas primeiras páginas, quase sem cor, começa a desenhar-se o ciclo da natureza: a primavera com o final da letargia dos animais, o verão com a colheita dos frutos, o outono com a emigração das aves para terras mais quentes e, por fim, de novo o inverno...
Paulatinamente, o livro ganha intensidade cromática até ao fecho do círculo sazonal, sempre com a árvore como pano de fundo e ponto de referência; e com a ação centrada no mesmo espaço, frontal, plano e sem perspetiva. Em suma, uma autêntica experiência sensorial, que é também extensível a uma outra das suas obras, «O balãozinho vermelho».