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Superespécie ou “superproblema”?

Joana Coelho, vencedora em abril, reflete sobre o domínio humano no Planeta Terra

[30.05.2025]

[Iniciativa do projeto PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares, o concurso “Isto também é comigo!” distingue, todos os meses, um texto de opinião da autoria de estudantes do ensino secundário, tendo como ponto de partida para a reflexão um trabalho do PÚBLICO — que, em abril de 2025, foi o artigo "O planeta e a sua superespécie”, da autoria de Maria Amélia Martins-Loução, presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia, publicado no dia 22, em formato digital. Integraram o júri, nesta edição: Carolina Franco, jornalista do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora do AE António Correia de Oliveira, em Esposende; Lara Batista, aluna do 12.º ano do Agrupamento de Escolas de Monserrate; Beatriz Madeira e Sara Costa, estagiárias da FLUL no Gabinete Coordenador da RBE; e Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.]

Fotografia de Joana
“O nosso futuro não pode ser adiado”, sublinha a estudante do 12º ano no Agrupamento de Escolas de Vendas Novas.
 
 

Superespécie ou “superproblema”?

Uma reflexão sobre o domínio humano na Terra

No passado dia 22 de abril, foi publicado, no jornal PÚBLICO, o artigo "O planeta e a sua superespécie”, da autoria de Maria Amélia Martins-Loução. Com data de publicação coincidente com a comemoração mundial do Dia da Terra, o artigo de opinião trata do papel do ser humano enquanto superespécie dominante do nosso planeta. A sua abordagem chama a atenção por se estender para além de uma enumeração das consequências do desenvolvimento tecnológico exacerbado, trazendo à luz uma problemática não tão amplamente discutida: os danos causados pela crescente adesão às fontes de energia renováveis.

Pode considerar-se que a ciência e a tecnologia são os deuses da modernidade. Com os progressos verificados nas últimas décadas, estas permitiram à Humanidade transcender as suas inibições biológicas e consolidar o seu papel predominante face às outras espécies. A fé em dogmas religiosos foi rapidamente substituída pela crença na infabilidade da ciência. Natural é então procurarmos nas inovações tecnológicas soluções para todos os nossos problemas. Tal pode ser verificado na crescente procura por fontes mais sustentáveis de energia, que se traduz numa maior aposta na instalação de painéis solares, turbinas eólicas e centrais hidroelétricas.

Existe um consenso quase indiscutível quanto à viabilidade das energias renováveis e pouco se questionam as repercussões do seu uso continuado. Admiro, assim, a posição da autora, que realça a forma como a intervenção excessiva nos espaços naturais pode causar problemas ecológicos a longo prazo, levando a uma disrupção dos elos biológicos dos ecossistemas. De facto, a “sustentabilidade forçada” de muitas economias visa a descarbonização energética por critérios puramente financeiros, resultando numa exploração indevida dos recursos naturais. Em organizações como a União Europeia, as medidas ambientais são adotadas por todos os seus estados-membros, impondo uma política de homogeneidade que, por vezes, sacrifica os recursos endógenos de cada nação.

Muitas das soluções ambientais que hoje nos são apresentadas como definitivas são na verdade temporárias. É uma forma de escapar à raiz do problema, de varrer a poeira para debaixo do tapete. Tratamos disso depois, até “depois” ser demasiado tarde. Mas o nosso futuro não pode ser adiado. Esta Terra já não espera.

Joana Coelho, 17 anos, 12º ano
Agrupamento de Escolas de Vendas Novas
 
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