Agrupamento de Escolas/ Escola não agrupada AE Carlos Amarante - Escola EB1 de Gualtar |
Concelho Braga |
Localidade Braga |
Título da experiência Projeto "Jornal Digit@l_Mente" |
Qual dos eixos temáticos principais é desenvolvido na sua proposta? Cidadania digital ativa e responsável |
Data e duração da implementação 2020/2021; 2021/2022 |
Descreva brevemente a experiência A Biblioteca da Escola EB1 de Gualtar foi inaugurada em outubro de 2018. A reflexão sobre os Media foi sempre uma prioridade da biblioteca, já que se considera premente abordar a “comunicação” e os vários meios de comunicação como uma forma de promover uma cidadania informada e participativa, potenciar o espírito crítico, o trabalho colaborativo e a criatividade desde o primeiro ciclo de escolaridade. Esta preocupação conduziu-nos à elaboração de um projeto, que foi apoiado pela Rede de Bibliotecas Escolares através da iniciativa "Leituras...com a Biblioteca." O Projeto Digit@l_Mente visou promover competências de escrita através da elaboração de um jornal online no qual os alunos dos 3º e 4º anos puderam dar o seu contributo, partindo de experiências de leitura e atividades de exploração desenvolvidas ao longo do projeto. Este projeto fomentou e promoveu nos alunos a competência de escrita e a educação para os Media, articulando iniciativas da biblioteca com o ensino das áreas curriculares de Português, Cidadania e Desenvolvimento e Estudo do Meio, trabalhadas de acordo com o Referencial Aprender com a biblioteca Escolar. Na sequência da execução deste projeto dedicado não só, mas sobretudo à literacia mediática ao longo de dois anos letivos (2020/2021 e 2021/2022), este ano (2022/2023) considerou-se que a criação de um Clube de Jornalismo é o corolário perfeito de um percurso durante o qual os Media foram estudados e trabalhados, - de acordo com a faixa etária dos alunos (8-10 anos) -, uma forma de dar continuidade ao projeto. |
Idades dos alunos participantes 8-10 anos |
Disciplinas(s) implicada(s) Protuguês, Estudo do Meio, Cidadania e Desenvolvimento |
Quais foram os objetivos de aprendizagem?
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Qual foi a origem desta proposta? De acordo com as metas fixadas no Projeto Educativo, os resultados obtidos pelos alunos do 1º ciclo encontravamm-se dentro dos referentes estabelecidos havendo, por isso, uma taxa elevada de sucesso na transição dos alunos. Contudo, da leitura atenta das várias atas de Conselho de Ano realizadas ao longo dos três períodos, do ano letivo 2018/2019, concluiu-se que havia um número cada vez maior de alunos, em particular dos 3º e 4º anos, que apresentava dificuldades ao nível da escrita, apresentando lacunas graves nas competências ortográfica e, sobretudo, compositiva. O relatório das Provas de Aferição relativas ao ano 2018/2019 atestava/confirmava esta mesma realidade, mostrando que na componente escrita houve 26,5% de alunos que “Conseguiram responder de acordo com o esperado, mas podem ainda melhorar (CM);” ; 20,6% “revelaram dificuldade na resposta (RD)” e 19,6% “não conseguiram responder de acordo com o esperado (NC), concluindo-se que apenas 32,4% “Conseguiram responder de acordo com o esperado (C)”. Outro dado relevante prende-se com o número de alunos oriundos de outros países, cerca de 10%, que apresentam bastantes lacunas ao nível da escrita. O Projeto “Jornal Digit@l_Mente” visou promover competências de escrita através da elaboração de um jornal online no qual os alunos dos 3º e 4º anos podem dar o seu contributo, partindo de experiências de leitura e atividades de exploração desenvolvidas ao longo do projeto. |
Que metodologias foram utilizadas? Para a concretização do projeto implementou-se a metodologia do trabalho de projeto, que se inscreve no movimento de educação progressista, associado ao pensamento do pedagogo John Dewey e desenvolvido e impulsionado por William Kilpatrick. A opção por esta metodologia deve-se ao facto de o trabalho de projeto privilegiar o experimentalismo; respeitar os interesses dos alunos; preocupar-se com a ligação entre os conteúdos de aprendizagem e aspetos pragmáticos e práticos relacionados com o dia-a-dia da criança; reconhecer as diferenças individuais no ritmo de aprendizagem. Neste sentido, foram propostas de trabalho no âmbito de temas como: meios de comunicação; jogos; anúncios e diferentes e diversas atividades aos alunos, muitas delas constantes do referencial “Aprender com a Biblioteca Escolar”. Cada um dos temas foi tratado e debatido em grupo turma sendo que os alunos, sob orientação da professora bibliotecária, desenvolveram trabalhos individuais que depois foram apresentados em grande grupo, havendo ligar à hétero e autoavaliação do trabalho desenvolvido. Seguidamente, muitos destes trabalhos foram publicados no site do projeto sendo partilhados com as diferentes turmas da escola. |
Se um professor de outro estabelecimento de ensino estivesse interessado em replicar a iniciativa, como a explicaria? Caro colega, vale a pena experimentar! Implementar o projeto “Jornal Digit@l_Mente” na sua escola em muito contribuirá para a valorização dos alunos enquanto agentes ativos numa sociedade que conta com TODOS para se (re)definir os seus valores. “Empoderar” os alunos é dar-lhes ferramentas oportunidade de exporem as suas ideias, preocupações e sonhos. Primeiramente, apresente o projeto nas turmas em que considera que deve ser desenvolvido. Depois selecione materiais motivadores e apelativos, adaptados à faixa etária dos alunos. Defina a calendarização/horário das sessões de trabalho; as tarefas a realizar. Os meios tecnológicos envolvidos devem ser conhecidos pelos alunos e, se não o forem, deve prever-se a realização de pequenos workshops para a utilização das diferentes ferramentas digitais. Após a fase de definição do trabalho a desenvolver é necessário prever o desenvolvimento de pequenos e contextualizados momentos de ensino-aprendizagem sobre, por exemplo: os media; os anúncios que vemos diariamente, a forma como consumimos os media; a redação de notícias, artigos de opinião, a elaboração de guiões de entrevistas, o plágio, a referência às fontes de informação e a elucidação sobre o que são as Fake News. Este trabalho pode ser levado a cabo através da leitura e análise de jornais e/ou revistas. Finalmente, deve proceder-se à verificação do grau de satisfação dos visualizadores do sítio: toda a comunidade escolar, que será analisada recorrendo a inquéritos de satisfação e recolhendo sugestões para a melhoria do trabalho desenvolvido. |
Qual o grau de participação e de envolvimento dos alunos? O desenvolvimento do projeto "Jornal Digit@l_Mente", desde o início da sua aplicação, contou com a adesão incondicional dos alunos, cujo interesse e motivação para estudar e saber mais sobre os media e temas da atualidade é muito evidente desde tenra idade. Semanalmente, cada uma das turmas envolvidas tinha sessões na Biblioteca ou na sala de aula e, aquando da pandemia, via meet da classroom. Para além disto, estabeleceu-se uma parceria com o JN TAG, um serviço do Jornal de Notícias dedicado ao público mais jovem, que proporcionou experiências e atividades relacionadas com os media. O sucesso do projeto foi catapultado pelo interesse e empenho dos alunos que, trabalhando afincadamente nas atividades propostas, procuraram continuamente melhorar o seu trabalho. De sublinhar que para a realização dos diferentes trabalhos, especialmente na altura do confinamento – nos anos 2020 e sobretudo 2021 – os alunos dedicaram muito do seu tempo, um tempo que extravasou o tempo de aula, para melhorarem e terminarem os trabalhos. |
Como é que o uso da tecnologia enriqueceu ou melhorou a aprendizagem dos alunos? A elaboração deste projeto pressupôs a utilização de diferentes aplicações e ferramentas digitais que, ao longo do ano letivo 2021/2022, permitiram desenvolver o Plano de Desenvolvimento Digital da Escola, designadamente através do recurso inevitável às Tecnologias da Informação e Comunicação, uma vez que muitos dos trabalhos se fizeram por via digital. A experiência advinda da aplicação das TIC no desenvolvimento do projeto “Digit@l_Mente” permitiu comprovar que a utilização das ferramentas digitais não só serve de motivação para os alunos, como também, e sobretudo, desenvolve a sua literacia digital de uma forma significativa e contextualizada. Para além da utilização de ferramentas como Word, os alunos envolvidos aprenderam a utilizar aplicações como o Canva, o Genial.ly, Anchor entre outras o que lhes permitiu aprender de forma contextualizada. Privar ou surripiar o direito à utilização dos meios digitais é, hodiernamente, fechar a porta à importância das tecnologias como formas de comunicação do presente e do futuro destes alunos. O “Jornal Digit@l_Mente pretendeu mostrar como as tecnologias estão ao nosso serviço e como as devemos utilizar em favor do bem pessoal e social. Neste sentido, posso afirmar que as tecnologias e a sua utilização foram altamente motivadoras e catapultaram o interesse dos alunos para a realização de trabalhos que se afiguraram mais motivantes porque realizados com novas ferramentas. |
Que estratégias e instrumentos de avaliação foram utilizados? O projeto previa a articulação com as disciplinas de Português, Estudo do Meio Cidadania e Desenvolvimento, pelo que o instrumento de avaliação privilegiado foi a grelha de observação de comportamento. Todavia, foram utilizados: questionários sobre os conhecimentos adquiridos pelos alunos; questionários de satisfação do trabalho desenvolvido junto dos alunos e dos professores. No final de cada período a professora bibliotecária apresentou um relatório das atividades desenvolvidas que partilhou com as professoras titulares de turma. As professoras titulares de turma, por seu turno, analisaram a evolução das competências ortográficas e compositivas e apontaram uma maior confiança dos alunos na interpretação e redação de texto. |
Quais foram as principais conclusões e avaliações tiradas após colocar em prática essa experiência? A execução de um projeto enfatiza o processo tanto quanto o produto final. Podemos afirmar que a experiência fez sobressair a avidez dos alunos em participar na vida escolar, ao mesmo tempo, os alunos participantes aprimoraram competências de interpretação e produção textual, a par de competências relativas à literacia da informação e dos media, da informação e digitais. Posso igualmente afirmar que os participantes demonstraram sempre empenho e comprometimento com as tarefas a desenvolver e estes também foram e são, na nossa opinião, fatores de sucesso fundamentais na consecução de qualquer projeto. |
Qual o impacto desta experiência nos alunos e no seu ambiente? A consecução deste projeto alicerçou-se na participação ativa de alunos dos 3º e 4º anos. A criação oportunidades de pensar sobre determinados temas do seu agrado, designadamente os media, resultou na vontade dos alunos de participar e de fazer mais e melhor. Esta dinâmica de materiais e trabalhos dos alunos, que resultaram de pesquisas e discussões sobre diferentes matérias e assuntos relevantes do quotidiano das turmas envolvidas, transformou-se em hábito, ao longo dos dois anos do projeto. O projeto foi bastante comentado por outros colegas que se mostram ansiosos não apenas por conhecer, mas também participar no trabalho desenvolvido, havendo a registar a participação ativa de Pais/EE e professores, mesmo à distância, em consequência da pandemia. Espera-se que a criação do clube de jornalismo, que sucedeu ao final da vigência do projeto, se institua na escola e tenha continuidade nos ciclos de escolaridade que se seguem. |
Que melhorias incluiria se repetisse esta experiência? O projeto desenvolveu-se durante um período invulgar do século XXI - os períodos de confinamento e restrições de contacto social marcaram inevitavelmente o desenrolar do projeto. Todavia, se a distância impediu a concretização de todas as etapas previstas aquando da delineação do projeto; por outro lado, exacerbou o papel das tecnologias enquanto meio de aproximação e ligação entre as pessoas. Se voltasse a repetir a experiência começaria por preparar uma série de workshops mais voltados para o manuseamento de ferramentas digitais, adequadas à faixa etária dos alunos, de forma a dar-lhes os meios necessários para concretizar as suas ideias e as suas pesquisas. Desta forma, torná-los-ia mais autónomos e capacitados para concretizarem as tarefas solicitadas. |
Gostaria de fazer algum comentário adicional? Nada a referir. |