A biblioteca da Escola Secundária Alcaides de Faria, do Agrupamento de Escolas Alcaides de Faria, Barcelos, desenvolveu uma atividade de articulação curricular, para celebrar os 75 anos da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (2023) e, simultaneamente, articular os princípios e valores que lhe estão subjacentes, com os valores (re)conquistados pela Revolução de 25 de Abril de 1974, cujo cinquentenário se assinala, em 2024.
Com esta iniciativa pretendeu-se envolver diretamente os alunos e proporcionar-lhes uma perceção mais alargada do que está em causa na temática dos direitos humanos, qual a sua importância na afirmação da nossa humanidade, bem como, por via da literacia para a cidadania e para a prática de valores, consciencializá-los de que as conquistas sociais de direitos, liberdades e garantias, são uma tarefa constante e persistente, que nos implica, enquanto cidadãos.
A consecução da atividade resultou de uma parceria da biblioteca escolar com os docentes das áreas disciplinares de Português, Informática, Artes Visuais e com o Clube de Música. O processo culminou com a realização de uma sessão na biblioteca, a 11 de dezembro, que envolveu os professores e mais de uma centena de alunos (3.º ciclo, Ensino Secundário e Ensino Profissional) em diferentes ações:
- no âmbito da componente de Cidadania e Desenvolvimento, no Ensino Secundário, a partir de materiais disponibilizados, online, pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 abril (https://www.50anos25abril.pt/nao-podias), fez-se o levantamento de um conjunto de enunciados relativos a ações proibidas pelo antigo regime ditatorial – de entre os quais: “Não Podias Votar”; “Não podias Reunir”; “Não Podias Expressar-te livremente”; “Não podias Adoecer”; “Não podias Beijar”; “Não Podias Movimentar-te”; “Não Podias Associar-te”; “Não Podias Circular Livremente”; “Não Podias Discordar”; “Não Podias Manifestar-te”…
- confrontando estas limitações, impostas pelo poder vigente na altura, os alunos foram também desafiados a elaborar cartazes que, no decurso da sessão, foram apresentados (como se de uma manifestação se tratasse) em diálogo com vários dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, em simultâneo, eram projetados, através de uma apresentação concebida para o efeito;
- no âmbito do Clube de Música, o docente responsável, mobilizou alunos para a execução de temas alusivos aos Direitos Humanos, tendo sido apresentados três temas musicais, com destaque para uma peça original e inédita (letra e música de Paulo Teixeira)– “Crescer em Igualdade”, que foi tocada e cantada por alunos (de diferentes anos letivos) no decurso da sessão (com interpretação, nesta gravação, dos alunos: Afonso Faria, Bruno Ralha, Catarina Matos e Jéssica Macedo);
- as professoras de Português envolvidas na atividade e o professor bibliotecário, selecionaram um conjunto de poemas, alusivos à questão dos Direitos Humanos e que foram expressivamente ditos por alunos do 11.º ano: “O Dia dos Direitos do Homem”, de José Jorge Letria; “Liberta em Pedra”, de Natércia Freire, in “Liberta em Pedra”; “As Mãos”, de Manuel Alegre, in “O Canto e as Armas” e “Carta aos meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya”, de Jorge de Sena, in “Poesia II”;
- no domínio das Artes Visuais, foram criados dois recursos, por uma professora colaboradora da biblioteca escolar: o cartaz da atividade (alusivo aos 75 anos da D.U.D.H. e aos Valores de Abril) e ii) e marcadores de livros, também eles ilustrativos da efeméride e que foram distribuídos aos alunos que assistiram à sessão, bem como aos utilizadores da biblioteca.
Esta celebração dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao cruzar o espírito dos valores e princípios que lhe subjazem com os valores e princípios decorrentes das conquistas da Revolução de Abril, articulou também, a nível interno, com a comissão responsável pelas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, no Agrupamento de Escolas Alcaides de Faria.
Esta atividade recebeu o prémio Fazer em Rede - Atividade Top em dezembro de 2023.