A biblioteca da Escola Básica e Secundária de Arrifana (Agrupamento de Escolas de Arrifana), Santa Maria da Feira, implementa uma prática que estabelece uma conexão entre a literatura e a matemática, envolvendo crianças, alunos e docentes do pré-escolar ao 3.º ciclo.
A partir da identificação de algumas dificuldades ao nível dos conhecimentos e competências dos alunos na área da matemática (leitura/ interpretação dos enunciados, compreensão de conceitos/ nomenclatura específica, raciocínio abstrato), que condicionavam a evolução e o sucesso dos alunos, a biblioteca escolar, em articulação com os docentes, desenhou um plano de trabalho em que a leitura de obras de literatura infanto-juvenil é o ponto de partida para trabalhar conceitos matemáticos.
Estes conceitos são abordados e consolidados através da concretização de diversas tarefas/dinâmicas, que envolvem, nalguns casos, as artes plásticas e as tecnologias de informação e comunicação (desafios, jogos, construções…).
As famílias dos mais novos, com a mediação dos educadores e professores, são também envolvidas neste contacto lúdico com a matemática, através dos desafios e da proposta de ilustração da história abordada no jardim-de-infância/escola e recontada em casa pela criança/aluno.
Com início em 2022, para o público do pré-escolar e do 1.º e 2.º anos, do 1.º ciclo, após a apresentação e divulgação do trabalho desenvolvido, ao agrupamento de escolas, esta intervenção foi alargada, em 2023-24 aos alunos do 2.º e 3.º ciclos, mediante proposta apresentada à biblioteca escolar, por parte dos docentes de matemática. Neste caso, para a dinamização das atividades, a biblioteca escolar, conta, também, com a colaboração dos alunos do Clube de Leitura.
Através desta estratégia, tem sido possível desconstruir alguma carga negativa, pré-concebida, associada à matemática, que a identificava como uma área com um nível de dificuldade muito elevado. Regista-se uma melhoria quanto às dificuldades identificadas, com o desenvolvimento do gosto e do interesse pela matemática, que vem sendo cada vez mais encarada de forma prazenteira.
Esta prática foi distinguida com o prémio Fazer em rede: Boas Práticas em abril de 2025.