Literacia dos media: sou jornalista

Agrupamento de Escolas de Vendas Novas

Vendas Novas

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Literacia dos media: sou jornalista

Desinformação: Educar para o consumo crítico da informação

Foi criada em 2019 e todos os anos é colocada em prática. No presente ano letivo (2022/2023) já foi realizada em outubro, criando-se desta forma práticas sistemáticas no âmbito da literacia dos media e trabalho curricular/colaborativo entre os docentes e a Biblioteca Escolar.

Experiência de articulação entre Biblioteca Escolar, TIC e Português com alunos do 6º ano.

Após reflexão sobre o significado de Literacia dos Media, notícia, estilos de notícia / credibilidade e partindo de uma história contada, os alunos são convidados a fazerem de jornalistas e escrever uma notícia. Seguidamente, leem e refletem sobre as suas notícias.

Idades compreendidas entre os 11 e 12 anos.

Português, TIC e Cidadania e Desenvolvimento.

Objetivos:

• Contribuir para fomentar o uso crítico, responsável e criativo dos media, bem como o exercício da liberdade de expressão.
• Sensibilizar os alunos para o sensacionalismo e a desinformação.
• Promover a participação dos alunos no Jornal Escolar (Geração Garatujas).

Competências/Conhecimentos:

• Compreensão crítica dos media e da mensagem mediática – quem produz, o quê, porquê, para quê, por que meios.
• Uso criativo e responsável dos media para expressar e comunicar ideias e para deles fazer um uso eficaz de participação cívica.

Em jeito de diagnose, tendo verificado que ainda existiam práticas no Agrupamento que visavam ser mais sistematizadas no âmbito de ações direcionadas para os Literacia dos Media que dessem resposta ao indicador A.2 Formação para as literacias da informação e dos media, do domínio A. Currículo, literacias e aprendizagem do Modelo de Avaliação das Bibliotecas Escolares (MABE) em articulação com a Estratégia de Educação para a Cidadania e Desenvolvimento, vimos na frequência da formação “Literacia dos media e jornalismo: Práticas pedagógicas com os media e acerca dos media” (promovida pela DGE em 2019, em Évora) uma porta aberta para sistematizar práticas colaborativas com os docentes, munir os alunos de destrezas no âmbito de competências enquadradas na Literacia dos Media, tornando-os mais proativos, produtores e elevando o questionamento sobre temáticas que promovam o seu espírito crítico e capacidade de inovar dando-lhes voz no percurso da aquisição do conhecimento.

Para a sua operacionalização e sustentabilidade esta atividade integra o Plano Anual de Atividades do Agrupamento de Escolas de Vendas Novas, desde 2019. Foi desenvolvida, adaptada e atualizada continuamente pelos 3 docentes do agrupamento que frequentaram essa formação.

Em sala de aula, os alunos trabalham o conteúdo no âmbito das aprendizagens essenciais da disciplina de português.

Na Biblioteca, a atividade está estruturada em 3 momentos:

• Lançamento do tema para discussão /reflexão em grupo/turma com a exploração de conceitos utilizando exemplos do dia a dia.
• Cada aluno individualmente redige uma notícia, com base numa fonte, assumindo o papel de jornalistas (Role play).
• Leitura, análise crítica e reflexão final, em grupo/turma, das notícias redigidas pelos alunos.

Trabalho individual, a pares e de grupo estão consignadas em todas as etapas deste projeto, privilegiando-se as metodologias participativas.

Atividade que surge por proposta da biblioteca escolar em articulação com docentes de TIC, envolvendo as disciplinas de Português e de Cidadania e Desenvolvimento, no âmbito da construção do projeto de literacia do Agrupamento.

O público-alvo são os alunos do sexto ano, pois o seu currículo de português inclui os diferentes tipos de texto, nomeadamente, o informativo.

A atividade inicia-se na sala de aula.

De seguida, na biblioteca, após a contextualização/reflexão em que se esclarecem os conceitos de literacia dos media, das características da notícia, das fontes e dos valores notícia (apresentação Genially), os alunos são convidados a assumirem o papel de jornalistas e a escreverem uma notícia de acordo com o modelo tradicional de pirâmide invertida a partir de uma história contada (que vai ser a fonte).

A história contada tem que ser bem elaborada/escolhida pois não deve apresentar, intencionalmente, alguns dados , nomeadamente especificações sobre o tempo e o espaço tendo o aluno de resolver este problema. (Iniciamos esta atividade com a história do capuchinho vermelho (2019), mas atualmente, elaboramos uma história sobre a incorreta utilização das redes sociais.)

De seguida, os alunos são convidados a ler, respetivamente , os títulos, os leads e os corpos da notícia e a refletirem sobre as diferentes abordagens apresentadas.

Torna-se interessante a diversidade das abordagens propostas pelos alunos com os focos nos diferentes intervenientes (a vítima, o agressor, problemas sociais, segurança na internet…) e, desta forma, compreendem efetivamente o surgimento de notícias tão diferentes sobre um mesmo acontecimento, o trabalho do jornalista, que deve ser isento, e o aproveitamento mediático.

É muito gratificante por um lado, assistir às participações ativas dos alunos, e por outro lado, as análises e conclusões pertinentes e construtivas com que ficam, após relatadas as notícias de cada jornalista.

No fim é apresentado o Jornal Escolar do Agrupamento e as formas de participação dos alunos.

Em todas as turmas, no decorrer da atividade, os alunos participaram ativa e intensamente, colocando questões e dando opiniões, com exemplos do que leram ou ouviram sobre a temática abordada.

O grau de participação dos alunos é total e o seu envolvimento é muito interessante, pois durante o intervalo vários alunos permanecem na biblioteca elaborando as suas notícias.

Destaca-se também, o quão conscientes e despertos são os mesmos, para o facto da importância de serem fiéis à estrutura de uma notícia e da mesma ser clara, concreta e concisa.

Posteriormente, ao longo do ano, alguns alunos motivados por esta prática, escrevem notícias para o jornal.

Esta atividade é necessária, pois o consumo dos media restringe-se, muitas vezes, ao que os alunos encontram nas redes sociais e na televisão. Os alunos não têm o hábito de ler revistas e jornais na Biblioteca. Existe ainda a perceção de que tudo o que é notícia é verdade e não costumam questionar e avaliar a informação. Por outro lado, aprendem a valorizar o jornalismo e o jornalista, bem como o exercício cívico da cidadania ao lidarem com a informação.

O uso da tecnologia permitiu aos alunos terem acesso, através dos seus equipamentos (PC e Telemóvel), à atividade/recursos, em qualquer momento, e avaliar a sessão através de um questionário disponível na apresentação.

Por outro lado, capacitou e incluiu os alunos enquanto co-produtores de conteúdos, abrindo um leque de reflexão sobre as potencialidades pedagógicas no seu desempenho enquanto alunos e cidadãos. A tecnologia foi encarada como um potenciador e facilitador de tarefas e de acesso à informação.

A utilização dos telemóveis foi considerada um recurso pedagógico e um instrumento indispensável no trabalho quotidiano do estudante, alargando horizontes para o seu uso responsável de acordo com os princípios éticos, de forma autónoma, e ainda desenvolvendo aptidões criativas na sua utilização.

Na realização da atividade foi aplicado o Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar, no âmbito da Literacia dos Media. Documento por excelência potenciador da integração curricular e trabalho colaborativo entre docentes e a Biblioteca Escolar, com vista às aprendizagens dos alunos envolvidos.

Indicadores de avaliação:

• Participação crítica dos alunos;
• Qualidade dos produtos desenvolvidos.

Instrumentos de avaliação:

• Rubrica 
• Questionário

• Ainda há um grupo de alunos que não sabe o significado de Media e consequentemente Literacia dos Media.
• Os alunos não estão habituados a questionar e a verificar a veracidade da informação veiculada pelos media.
• Os alunos não tinham perceção e não valorizavam o processo de construção da notícia.
• Os alunos e professores ainda não utilizam de forma sistemática as novas tecnologias como recursos facilitadores das aprendizagens.

Os principais impactos são:

• Reforço da motivação para o desenvolvimento pessoal, cultural e científico.
• Desenvolvimento das áreas de competências consideradas no Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória.
• Melhoria das estratégias de aprendizagem.
• Mudança de atitudes dos alunos no uso crítico da informação e dos media.
• Os alunos ficam com uma maior consciência e despertos para o respeito da estrutura na construção de uma notícia, bem como da importância de respeitarem a regra dos três C (clara, concreta e concisa).
• Valorização da biblioteca escolar como lugar de aprendizagem e de formação.
• Envolvimento de outros atores para lá das paredes da sala de aula:
  
  • A equipa organizadora integrar departamentos diferentes.
  • O convite final aos alunos para integrarem a equipa do jornal Escolar com outros professores.

Disponibilizar mais tempo para a construção das notícias pelos alunos.

Agradecer a participação neste desafio, considerando-o um incentivo e mérito de todos os professores bibliotecários e professores em geral que mesmo em contextos de aprendizagem muito obstaculizantes, demonstram o seu empenho e dedicação em prol de uma sociedade mais informada e cidadã através das suas inúmeras ações e em particular a dos media.