- “O homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco para ir à procura da ilha desconhecida“.
Saramago J. (1997). O conto da ilha desconhecida
- “A literatura é uma aventura pessoal. É como se nos deixassem numa ilha deserta e tivéssemos que fazer as nossas próprias descobertas, abrir caminhos, procurar fontes. Isso é a leitura.”
Aguilera, Fernando. (2010). José Saramago nas Suas Palavras [p.199]. Alfragide: Caminho.
- “Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não”, diz Saramago numa entrevista [1].
- O professor lança a questão e regista as respostas dos alunos para que todos as possam ler.
Partindo da observação e experiência da realidade, quais são atualmente as principais formas de mal-estar e alienação?
- Cada grupo de alunos seleciona uma forma de mal-estar e apresenta uma ideia/ contexto imaginativo - que “possa quebrar o mar gelado da nossa consciência” (Kafka) – e plausível, a partir do qual se possa contar uma história que a represente [2].
- Cada grupo de alunos imagina e reflete sobre os seguintes aspetos:
-
-
- Quem seriam o(s) protagonista(s) dessa história? Identificam-se com os seus valores e atuação?
- Quem seria a personagem menor e que papel desempenharia na narrativa?
- Quais seriam as características físicas e psicológicas, local onde habita, familiares e amigos, música e comida preferidas, ocupação destes personagens?
- Qual é o título e a epígrafe [3] que poderia atribuir-se a esta história?
- No final, partilham os trabalhos entre si.
Referências
- Aguilera, Fernando. (2010). As palavras de Saramago [p.134]. Brasil: Companhia das Letras.
- Os temas/ contextos das obras de José Saramago amplificam e aprofundam tendências de opressão/ totalitarismo e desordem da atual sociedade. Exemplos:
-
-
- Ensaio sobre a Cegueira, 1995: Pessoas inesperadamente a ficar cegas;
- A Jangada de Pedra, 1986: A Península Ibérica separada da Europa e à deriva;
- O Homem duplicado, 2002: Ver o próprio duplo na televisão e sair à sua procura;
- Ensaio sobre a Lucidez, 2004: A maioria das pessoas vota em branco;
- As Intermitências da morte, 2005: De repente ninguém morre;
- A viagem do elefante, 2008: Poder inoperante do governo.
- As epígrafes das obras de José Saramago são tiradas de livros que não existem - Livro dos Provérbios, Livro das Epígrafes, Livro dos Contrários, Livro das Evidências… - ou correspondem a frases soltas que - tal como conselhos, provérbios, salmos, pedaços de poemas que nelas surgem - suscitam questionamento e reflexão. Saramago usa-as desde A Jangada de Pedra (1986). Exemplos:
-
-
- “Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam.” O livro dos Itinerários, In: A viagem do Elefante.
- “Deixa-te levar pela criança que foste” O livro dos Conselhos, in: As pequenas memórias.
- “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” in: Ensaio sobre a cegueira.