Agrupamento de Escolas/ Escola não agrupada Agrupamento de Escolas Gândara Mar (Escola EBS João Garcia Bacelar) |
Concelho Cantanhede |
Localidade Tocha |
Título da experiência Educação para os media: formar cidadãos media competentes |
Qual dos eixos temáticos principais é desenvolvido na sua proposta? Cidadania digital ativa e responsável |
Data e duração da implementação 2022 (de 19 de janeiro a 2 de fevereiro) - trabalho autónomo, em casa, e dois tempos letivos |
Descreva brevemente a experiência A utilização dos media e as suas consequências foi iniciado pelas estratégias de visionamento de um vídeo e resposta a questões de reflexão num mural digital. Na Biblioteca, discutiram-se e aprofundaram-se os conteúdos de Literacia dos media, a fim de definir conceitos e perspetivar o que deve ser um "cidadão media competente". |
Idades dos alunos participantes 12 anos, maioritariamente (alunos de 7.º ano) |
Disciplinas(s) implicada(s) Cidadania e Desenvolvimento |
Quais foram os objetivos de aprendizagem? Objetivo geral: promover a reflexão e uma utilização mais eficaz e correta dos media. Objetivos específicos:
Competências / conhecimentos esperados:
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Qual foi a origem desta proposta? A proposta partiu do facto de, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, estar previsto o tratamento do tema “Os Media” e como a biblioteca escolar, no âmbito das suas áreas de ação, promove a literacia para os media, surgiu a oportunidade de um trabalho contextualizado, articulado e colaborativo entre a sala de aula e a biblioteca escolar. Tratando-se de turmas de 7.º ano, em início de ciclo, considerou-se relevante iniciar o processo de Educação para os Media, partindo da reflexão sobre as práticas mediáticas dos alunos, tendo por base o visionamento do vídeos: “Are you lost in the world like me” (visto autonomamente, em casa, e objeto de uma atividade complementar, com registo de respostas num mural digital da turma, alimentado colaborativamente com as respostas dos alunos). Posteriormente, os alunos debateram, na biblioteca, questões suscitadas pelos vídeos e sempre em articulação com as suas vivências. Para aprofundamento de ideias / conceitos relacionados com a literacia mediática, foi exibido e explorado o vídeo “Uma viagem para a literacia mediática” que contribuiu para a sistematização de ideias-chave sobre os cuidados, competências e oportunidades inerentes aos media. As vozes dos alunos, a discussão gerada e os diversos recursos /estratégias utilizadas revelaram-se muito pertinentes para a promoção de uma “cidadania media competente”. A co-planificação, co-execução e co-avaliação das dinâmicas implementadas, resultaram da boa articulação e complementaridade entre o professor da disciplina e o professor bibliotecário. |
Que metodologias foram utilizadas?
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Se um professor de outro estabelecimento de ensino estivesse interessado em replicar a iniciativa, como a explicaria? Para abordar a cidadania digital, concebeu-se a seguinte sequência didáctica:
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Qual o grau de participação e de envolvimento dos alunos? Os alunos das três turmas aderiram com entusiasmo às propostas apresentadas. Deram quase todos o seu contributo no mural digital, onde apresentaram, de forma autónoma, os seus pontos de vista e souberam participar no debate presencial, na biblioteca. Tendo em conta a utilização incorreta que uma parte considerável das pessoas faz dos dispositivos móveis e dos media, o vídeo inicial ajuda ao confronto dos alunos com aspetos do seu quotidiano e apela a um olhar crítico sobre essa realidade. Se a isto adicionarmos o debate e o vídeo final, a discussão gerada em torno das várias problemáticas concorre para uma perspetiva mais informada, assim como para a mudança de atitude / posicionamento mais crítico sobre os media e os próprios comportamentos. Nesta medida, a abordagem selecionada respondeu de modo muito significativo aos interesses e necessidades atuais no que se refere à formação de cidadãos mais aptos a usar eficazmente os media. |
Como é que o uso da tecnologia enriqueceu ou melhorou a aprendizagem dos alunos? Sem dúvida que a tecnologia foi uma mais-valia para o tipo de trabalho implementado e para a aprendizagem dos alunos. Aceder a vídeos online faz parte do saber já adquirido dos alunos; porém, analisar criticamente o seu conteúdo e ser capaz de transmitir uma opinião fundamentada sobre o mesmo é algo que nem sempre ocorre de modo tão natural. Com o recurso à sala de aula invertida e à utilização da ferramenta padlet, foi possível estimular o sentido crítico dos alunos, bem como levá-los a registar as ideias de cada um num espaço digital aberto à partilha de todos. Esta dimensão colaborativa e de escrita online (escrever para ser lido online é uma competência essencial) inerente ao trabalho no mural digital constituiu uma das oportunidades para os alunos melhorarem as suas competências digitais e terem mais consciência de que, para além de consumidores de conteúdos mediáticos, eles são também produtores e isso é algo francamente responsabilizador. Acresce dizer-se que esta sequência didática não teria tido o mesmo impacto se os recursos digitais não tivessem feito parte da mesma, nas diversas fases de trabalho, inclusive no debate presencial. |
Que estratégias e instrumentos de avaliação foram utilizados? Para além da leitura e apreciação das publicações efetuadas no mural e da observação direta da participação dos alunos no debate, foi pedido aos discentes para elaborarem uma definição pessoal daquilo que consideravam ser “media competente”. Este trabalho foi solicitado, após a sessão, como trabalho de casa individual, sintetizando (e evidenciando, também) aquilo que os alunos extraíram da atividade. |
Quais foram as principais conclusões e avaliações tiradas após colocar em prática essa experiência? Muitos dos alunos foram capazes de identificar exemplos de utilização indevida dos equipamentos e media digitais patentes no vídeo inicial e reconheceram já terem assistido a situações análogas (ou, até eles próprios, terem agido incorretamente). O debate aprofundou esses aspetos e o segundo vídeo veio dar a conhecer estratégias e comportamentos essenciais para aproveitar todo o potencial da Internet e da tecnologia – ensinando-lhes conceitos e competências críticas à plena e positiva “sobrevivência no oceano mediático”. Pode concluir-se, pois, que os alunos ganharam uma maior consciência dos perigos e oportunidades inerentes aos media, tendo progredido no sentido de minimizar riscos e impactos negativos de uma navegação desprovida de sentido crítico e a tornarem-se cidadãos mais responsáveis e informados. Pelo exposto, os objetivos foram globalmente atingidos. |
Qual o impacto desta experiência nos alunos e no seu ambiente? Os alunos desenvolveram o seu sentido crítico e tornaram-se mais conscientes da sua responsabilidade cívica, estando por isso mais munidos de ferramentas que lhes permitem extrair o maior proveito do consumo, criação e comunicação de conteúdos mediáticos. Este apetrechamento conceptual e atitudinal é extensível ao uso dos equipamentos (smartphones e outros dispositivos), pois os alunos revelaram ter ficado mais despertos para as consequências penosas que o mau uso dos mesmos pode ter neles próprios e para os outros. Nesta medida, ao nível da cidadania, a experiência terá certamente impacto no modo como estes adolescentes irão agir no futuro. |
Que melhorias incluiria se repetisse esta experiência? Seria importante disponibilizar um pouco mais de tempo à sistematização dos aspetos constantes do segundo vídeo, pois este é extremamente rico em conceitos fundamentais. Outro aspeto a melhorar poderia ser a avaliação da atividade – não só no que se refere aos conhecimentos / conteúdos trabalhados (e grau de apropriação), mas também à perceção dos alunos sobre a globalidade do trabalho levado a cabo. |