| Subtemas: |
Perante a destruição e degradação ecológica e climática, como é que a arte cria mundos amplos de relações e cultura, cuidado e respeito por todos os seres da Terra?
Mundos que interroguem relações baseadas no excecionalismo humano moderno e na visão utilitarista da natureza, pensada como recurso ou matéria-prima que se extrai/extingue e que aprofundem o parentesco e interdependência entre todas as espécies que habitam a Terra.
Quando uma árvore é ameaçada, é todo uma floresta/ecossistema e comunidade que fica em perigo, é a humanidade que é irreversivelmente diminuída.
Por isso, é importante colocar no centro a árvore, a erva silvestre/“daninha”, o inseto, a bactéria, o peixe, o animal, a pedra… e dizer o seu nome, conhecer e contar a sua história.
São práticas das bibliotecas escolares a leitura literária (histórias dos povos originários e tradicionais), científica e jornalística e a investigação e aprendizagem interdisciplinar; as visitas aos museus, cujas obras de arte representam ou são inspiradas na natureza; as caminhadas conscientes e a contemplação, observação e escuta atenta da natureza - por exemplo, dos jardins do Museu Calouste Gulbenkian ou da escola ou da horta comunitária; as brincadeiras e a escola na floresta/mar/rio; as bibliotecas de sementes; o storytelling multissensorial e os encontros comunitários que envolvem parceiros de todos os setores.
Ajudam a sentir e a expressar artisticamente os ritmos e ciclos de vida da natureza e a aprender com eles, a ter outra consciência do tempo e da beleza, a contribuir para a saúde, o bem-estar e a paz e à reparação ecológica/climática e das nossas relações, contribuindo para que possamos viver juntos em harmonia.
Como é que, no museu e na comunidade, se representa a natureza e cria arte nesta escala de lentidão, longa duração e do efémero que deixa impacto duradouro?