Margarida Morgado

Margarida Morgado

A biblioteca escolar como comunidade intercultural: princípios e ideias

As escolas portuguesas apresentam alterações dramáticas no que respeita à língua materna e proveniência geográfico-cultural dos seus alunos. A biblioteca escolar é mais do que a soma dos seus livros e dispositivos multimédia; é uma comunidade que se preocupa com as necessidades de todas as crianças independentemente da sua origem étnica, religião, cultura ou língua materna para que possam participar nas culturas da escola e integrar-se na vida da comunidade. Quando há proporções crescentes de alunos provenientes de minorias étnicas, de populações migrantes e refugiadas, de alunos internacionais e o seu estatuto dentro das salas de aula é marginal(izado), a biblioteca escolar pode contrariar fatores de auto e hétero discriminação com ações dirigidas a toda a escola, a estes alunos e às suas famílias. Na apresentação destacam-se alguns problemas detetados nas escolas que se originam nas muitas línguas maternas dos alunos, alguns princípios básicos de atuação e um conjunto de ideias de como os por em prática. Os princípios que se abordarão são os de respeito e acolhimento da cultura de todas as crianças, de construção do diálogo intercultural, de procura de autenticidade nos materiais disponibilizados na biblioteca, de criação de ambientes multiculturais ricos e diversos, de aprendizagem ativa na biblioteca e com a biblioteca para uma melhor integração na escola e a cooperação intercultural entre escola, criança e famílias. Abordam-se questões de acolhimento e integração; de mediação intercultural na biblioteca, de promoção da literacia visual; de valorização do bilinguismo, plurilinguismo e pluriliteracias; questões de representação, autenticidade e de justiça social; bem como de desenvolvimento da competência comunicativa intercultural, do diálogo intercultural e da aceitação de todos.