Local de realização: Biblioteca Escolar
Duração dos trabalhos de construção do podcast: seis encontros
Construção do guião:
Olá, caros ouvintes. Chegou a hora de vos mostrar quem é o avô Fernando.
No outro dia, a Amélia foi à biblioteca procurar o livro, Viagens no Tempo, como lhe pediu o avô. Encontrou-o, mas logo o deixou cair. As páginas viraram-se, como se tivessem vida própria, parando numa página com um brilho extraordinário! Era um portal do tempo. Amélia foi empurrada para dentro.
- Onde estou? Que lugar é este?
Olho em volta e rapidamente percebo que fui transportada para outro tempo.
Vejo homens de pele escura com turbantes, cavalos ofegantes, mulheres com o rosto coberto e a rua empoeirada. Vejo um homem que reconheço. É o avô Fernando, mas parece mais novo. E conversa com outro homem jovem, vestido de uma forma esquisita e extravagante, parecida com as que via nos livros de História.
Aproximo-me e consigo ouvir.
- Ainda bem que cheguei a tempo, sua majestade, D. Sebastião, el-rei de Portugal, senão a sua vida estaria em grande perigo.
- Muito obrigado por me ter ajudado a escapar aos mouros, D. Fernando, foi uma batalha dificílima.
- El-rei, mas agora temos um problema. Todo o reino vai pensar que morreu em batalha, mesmo que ninguém tenha encontrado o corpo. Além disso, vós não tendes descendência, por isso não temos nenhum sucessor.
- Caro Fernando, a minha dívida para contigo não tem valor. Ficarei sempre grato por me teres salvado a vida. Eu vou tentar procurar exílio em Florença, onde vivem os meus primos. Obrigado!
Os dois despediram-se com um longo abraço, e assim salvou-se D. Sebastião, rei de Portugal, na neblina do tempo, ficando para sempre na memória dos portugueses, como “o Desejado”, a desfrutar da sua bela vida em Florença.
O rei D. Sebastião?! Mas ele não morreu há 500 anos? E o que é que ele está aqui a fazer? Como é que eu nunca me apercebi disto? O meu avô é um viajante no tempo. Devia ter adivinhado pelas histórias que ele me contava, pelas coisas estranhas no escritório dele. Ah, o rei já se vai embora e o meu avô dirige-se a mim… Estou tão nervosa! O avô caminha na minha direção. O que lhe vou dizer? Será que ele sabe que sou eu?
- Como estás querida neta?
- Como sabe que sou eu?
- Porque já sabia que terias esse bichinho da curiosidade em quereres saber quem eu sou. Além disso, aqui estás, Amélia. Já estou tão feliz por me teres encontrado e percebido que sou um viajante no tempo, um Cronogard. Uma linhagem de vigilantes da paz ao longo da história humana.
- Pensava que nunca mais o iria ver, avô.
- Amélia, tenho de te deixar. O meu tempo aqui esgota-se. Mas entrego-te este segredo. Serás uma Cronogard no futuro.
E deixaram-se ficar abraçados uns segundos.
De repente, ouve-se um estrondo e, sem saber como, Amélia é engolida novamente pelo portal. Abre os olhos e estonteada reconhece as estantes empoeiradas da velha biblioteca da cidade.
Narradora: Ana Carolina Sousa Pereira
Amélia: Carolina da Fonseca Monteiro
Rei D. Sebastião / Avô: Miguel Baldaia Lage Alcoforado
Realização do áudio/ podcast: Ana Carolina Sousa Pereira; Carolina da Fonseca Monteiro e Miguel Baldaia Lage Alcoforado
Edição do áudio: Ana Carolina Sousa Pereira; Carolina da Fonseca Monteiro e Miguel Baldaia Lage Alcoforado
Aplicação de áudio: CapCut
Professora bibliotecária: Susana Cardoso Dias