Os computadores não substituem os livros. Concordas?

Para quem não sabe, eu sou um livro de aventuras. Já passei de mão em mão, de geração em geração, e dizem que o meu cheiro é inesquecível!... A minha
capa está desgastada, presa com fita-cola, as minhas ilustrações estão desbotadas, mas mantenho a mesma dignidade de sempre!

Quando uma criança me lê, sinto-me feliz por conhecer um novo leitor, um novo amigo! Embarcamos juntos em viagens intermináveis e extraordinárias!

Ultimamente, porém, tenho-me sentido algo solitário... Tenho visto muitos dos meus amigos a olharem fixamente para um quadro onde, magicamente, as
pessoas ganham vida! O que será aquele quadro e quem o terá inventado?! Por que razão algumas crianças ficam tantas horas absorvidas por aquele mundo tão
estranho que os afasta de mim? Terá sido obra de uma bruxa ou de um feiticeiro para me apagar definitivamente?

Estou numa prateleira com vista privilegiada sobre o dito quadro... Não será bem um quadro, pois é tridimensional! Parece mais uma torradeira com imagens e
sons, feitos especialmente para atrair a atenção dos meus amigos durante horas a fio! Como é que eu vou conseguir competir com esta torradeira falante?

A minha vida está cada vez mais complicada! Há quem diga até que esta torradeira com imagens me veio substituir... Mas, há colegas da minha coleção que
afirmam, de badanas juntas, que nunca uma torradeira, por mais sofisticada que seja, me substituirá! Eu prefiro acreditar nestes últimos: um livro é insubstituível
(pelas suas palavras, pela magia que espalha e pelas recordações que cria...)!

Querem saber um segredo? Ler um livro é cool!

Tomás António Peixoto Fernandes, 6.º F, N.º 17
Escola EB 2,3 João de Meira - Guimarães
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