“Dediquem algum tempo aos mais velhos”. Mariana Machado assina a opinião vencedora

[29.11.2024]
 
“O que é feito do respeito e da educação destes filhos, netos, familiares para com os seus pais e avós?”, pergunta a aluna do AE de Barroselas, Viana do Castelo.

 Iniciativa do projeto PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), o concurso  "Isto também é comigo!" distingue, todos os meses, um texto de opinião da autoria de estudantes do ensino secundário. Integraram o júri, na edição de outubro de 2024: Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE; Carolina Franco, jornalista, PÚBLICO na Escola; e João Gabriel Cardoso Lourosa, aluno do 12.º ano do Agrupamento de Escolas de Tondela.

Fotografia de Brendha
O apelo de Mariana Machado parte da leitura de uma notícia sobre idosos em situação de risco social
 
 

Um simples abraço

A população idosa tem aumentado em Portugal. Somos dos países mais envelhecidos no mundo. Por isso, é inevitável ajudar e cuidar dos idosos com dignidade. Todavia, não me parece que isto aconteça. Em apenas dois meses (de 26 de julho a 27 de setembro deste ano), durante a realização da operação “A Solidariedade não Tem Idade”, pela PSP, foram identificados 326 idosos em situações de risco social, cujos principais fatores radicam no isolamento geográfico, nas vulnerabilidades físicas e psíquicas, e nas de cariz económico, incorporadas nas frágeis condições de habitação, higiene, saúde e alimentação. 
Acrescem os assustadores 141 casos de idosos, vítimas de crimes em contexto familiar, seja por violência física, psicológica ou económica. Estes são dados da notícia assinada por Sónia Trigueirão na edição de 1 de outubro do jornal PÚBLICO: “Em dois meses, PSP detectou 326 idosos em risco social”.

Honestamente, pergunto-me: o que é feito do respeito e da educação destes filhos, netos, familiares para com os seus pais e avós? O que é feito do tão apregoado humanismo? 

São os idosos que nos ligam ao nosso passado, foram eles que lutaram e se sacrificaram pelo bem dos filhos e pelo bem do mundo. E agora, que estão no fim da sua longa e sinuosa jornada, chamada vida,  carregada de desafios e conquistas, ainda têm de se sujeitar às atitudes cruéis e desumanas dos seus descendestes? Não! Independentemente das condições e das possibilidades de cada idoso, eles merecem o nosso carinho, respeito e tempo, não só como forma de agradecimento, mas também porque, um dia, seremos nós a ocupar o seu lugar. É nas suas sábias palavras que encontramos aprendizagens preciosas sobre a paciência, o esforço e o verdadeiro valor do amor.
Por isso, apelo: dediquem algum tempo das vossas aceleradas vidas aos mais velhos. Escutem as suas extensas histórias de infância, joguem às cartas com eles, aprendam as suas lengalengas e, principalmente, partilhem afetos. Um simples abraço consegue tornar um dia muito mais feliz. Mas façam-no rapidamente porque, infelizmente, eles não são eternos.

Mariana Cerqueira Machado, 10.º ano
Agrupamento de Escolas de Barroselas, Viana do Castelo
 
 
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