Esta notícia do PÚBLICO deu mote para o texto que venceu a edição de dezembro de 2023 do concurso mensal "Isto também é comigo!" (regulamento), iniciativa do PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares. Integraram o júri: Beatriz de Macedo Tavares, estudante do 12.º ano no Agrupamento de Escolas de Águas Santas, Maia; Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE; Carolina Franco, jornalista, PÚBLICO na Escola; e Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende.
É suficiente permitir a mudança de género no registo? Eu digo que não!A mudança de género entre os jovens em Portugal é um assunto em destaque no mês de dezembro, principalmente devido à nova lei publicada relativa ao direito de crianças e jovens à autodeterminação da identidade de género e à proteção das suas características sexuais. Chamo a atenção para a notícia do dia 21 de dezembro de Daniela Carmo do jornal PÚBLICO: “Quase 70 menores mudaram de género e de nome no registo civil neste ano”. Na minha perceção, não basta o Estado apenas permitir a mudança de género no registo. Cabe ao Estado tornar acessível o apoio psicológico às crianças e aos jovens com disforia de género. Embora o número de jovens trans que mudam de género nos registos tenha vindo a aumentar exponencialmente, muitos ainda enfrentam desafios significativos ao buscar apoio familiar para fazer tal mudança. A falta de suporte pode causar impactos negativos no bem-estar emocional e consequências no futuro. Portanto, é essencial que o Estado proporcione o acesso a profissionais especializados em questões de identidade de género para facilitar o processo de autodescoberta. De acordo com a notícia já referida do jornal PÚBLICO, quase 70 jovens mudaram de género e de nome este ano. Logo, o número de jovens a mudar de género não é suficientemente expressivo para afetar os cofres públicos. O financiamento estatal de especialistas em questões de identidade de género é fundamental para garantir que todos os jovens tenham acesso a este serviço. Isso não beneficia apenas os indivíduos diretamente envolvidos, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Concluindo, penso que muitas pessoas se incomodam com este pequeno grupo, porque defendem bastantes estigmas sociais antiquados e a “continuidade dos costumes”. Na verdade, todos nós deveríamos facilitar o processo de autodescoberta e ajudar os jovens e as suas famílias a enfrentarem os desafios associados às mudanças de género. Sophia Spiguel ToniettiAgrupamento de Escolas Lima-de-Faria, Cantanhede 11.ºano |