“Estes jovens compraram casa em Portugal. Como? Construíram longe dos centros e pouparam (muito)”. As suas histórias foram contadas, no PÚBLICO, por Leonor Alhinho, autora do trabalho referido no texto de opinião agora premiado no concurso mensal "Isto também é comigo!", uma iniciativa do PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE). Integraram o júri, na edição de maio: Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Luísa Gonçalves, coordenadora do PÚBLICO na Escola; Mafalda Eiras, aluna do 10.º ano da Escola Secundária Henrique Medina, Esposende; e Raquel Ramos, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
Comprar uma casa: a linha que separa a realidade do sonhoSou um jovem português. Sou um jovem como todos os outros, com ambições, objetivos e metas. Sou um jovem que se prepara para bater de frente com a transição para a vida adulta. Sou um jovem com vontade de viver, mas, acreditando que ser jovem é tudo isto, surgem preocupações suportadas pela situação atual do nosso país. Comprar casa é para muitos jovens um sonho, sonho este alcançado pela Melanie, pela Mariana, pela Rita, pelo Samuel e pelo Daniel que deram o seu testemunho ao PÚBLICO, no artigo intitulado “Estes jovens compraram casa em Portugal. Como?” Portugal vive um mau período económico em que um jovem com menos de 30 anos muito dificilmente consegue iniciar uma vida adulta com independência a nível da habitação - “70% dos jovens até aos 29 anos vivem com os pais”. Os preços inflacionados, as rendas altíssimas, as burocracias são entraves enormes associados à compra de uma casa. Acrescem os 10% de entrada que, acredito, transportam consigo uma certa ironia. Como é que uma percentagem tão baixa representa um obstáculo tão grande à compra de uma casa? Porque em trezentos mil euros são trinta mil, em trezentos e cinquenta mil são trinta e cinco mil. E que jovem, no seu início de vida adulta, tem trinta mil euros disponíveis para serem entregues de uma só vez? Samuel frisou: “Não tinha dinheiro para o fazer sozinho. Os meus pais disponibilizaram-se para ajudar com o valor de entrada.” Acredito que esta seja a situação mais comum. Tudo isto é, no mínimo, assustador. Assustador sentir que me espera um futuro amputado de sonhos promissores com realidades impactantes. Mas quem sou eu, não é? Sou apenas um jovem português com o sonho de comprar uma casa Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro (Escola Secundária de Tondela) |