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Ser ou não ser professor na escola pública portuguesa

A falta de professores em destaque na reflexão, premiada, da aluna Brendha Barbosa  

[31.05.2024]
 Vencedora da edição de abril do concurso promovido pelo PÚBLICO na Escola e a RBE frequenta o 11.º ano na EBS Rainha Dona Leonor de Lencastre, no Cacém, Sintra. 

A reportagem "Nesta escola de Sintra, faz-se a 'gestão do caos' entre a falta de professores e turmas lotadas" foi publicada depois da Páscoa, na altura do regresso às aulas. Todos os meses, os alunos do ensino secundário têm oportunidade de, a partir de um trabalho do jornal PÚBLICO, escrever um texto de opinião e participar no concurso "Isto também é comigo!" (regulamento), iniciativa do PÚBLICO na Escola  e da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE). Integraram o júri, na edição de abril: Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE; Carolina Franco, jornalista, PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; e Mafalda Eiras, aluna do 10.º ano da Escola Secundária Henrique Medina, Esposende.

Fotografia de Brendha
"Qual a motivação para ser professor" hoje em dia é uma das questões que Brendha Barbosa levanta.
 
 

Ser ou não ser professor na escola pública portuguesa

Vive-se uma crise na educação. Há falta de professores, entre outros recursos humanos, nas escolas públicas portuguesas. E não há escola sem professores.

Na escola onde eu estudo, a Escola Básica e Secundária Rainha Dona Leonor de Lencastre, em São Marcos (Cacém), ainda há alunos, neste último semestre, que não têm um professor a uma disciplina ou professor titular de turma. Segundo o testemunho do professor Paulo Campos, diretor do Agrupamento de Escolas D. João II de Sintra, na reportagem assinada pela jornalista Cristiana Faria Moreira, faz-se a “gestão do caos” entre professores a menos e alunos a mais. Só neste ano letivo, a direção já bateu um recorde de 127 pedidos de substituição de professores.

Nós, jovens, perguntamo-nos: Qual a motivação para ser professor, se existe uma forte precariedade na carreira profissional?
À semelhança do meu colega entrevistado, Gonçalo Santos, eu também tenho paixão pelo desporto, e, realmente, gosto bastante de ensinar (já tenho tido experiências de interajuda muito positivas e gratificantes com os meus pares), mas temo arriscar o meu futuro caso opte por esta profissão que deveria ser mais valorizada por todos. De facto, na carreira docente existem vários problemas: baixos salários; sujeição a uma avaliação, dita injusta por muitos; excesso de trabalho fora do seu horário (as minhas professoras, Cristina Perdigão e Andreia Baião, relataram-me que o fazem por altruísmo e espírito de missão); falta de reconhecimento social; aumento da indisciplina na sala de aula e grande volume de tarefas, o que leva os docentes a atingirem elevados níveis de stress.

Na minha opinião, esta crise na educação deve-se à falta de aposta no ensino por parte dos governos portugueses. Os governantes têm de fazer um forte investimento, dado que são os professores que formam os profissionais de todas as áreas. Eu, o meu colega e muitos outros jovens sonhamos com essas melhorias.

Brendha Vitória da Rocha Barbosa, 11.º ano
Agrupamento de Escolas D. João II de Sintra
(Escola Básica e Secundária Rainha Dona Leonor de Lencastre) 
 
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