No dia 5 de março de 2024, o PÚBLICO festejou o seu 34.º aniversário com várias iniciativas dedicadas ao tema “Ser mulher em Liberdade”. A notícia de antecipação, publicada na véspera, despertou a reflexão da aluna vencedora do "Isto também é comigo!", o concurso mensal (regulamento), iniciativa do PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE). Integraram o júri, nesta edição de março: Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Luísa Gonçalves, coordenadora do PÚBLICO na Escola; Beatriz de Macedo Tavares, aluna do 12.º ano da Escola Secundária de Águas Santas, na Maia; e Raquel Ramos, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
Sou adolescente. Sou cidadã. Quero sentir-me orgulhosa do país onde vivoVivemos, orgulhosamente, num país desenvolvido e livre, onde a educação e o trabalho se encontram ao alcance de todos. No entanto, ao lermos o que nos dizem os dados estatísticos, verificamos que, como refere o artigo do PÚBLICO a propósito da conferência “Ser mulher em liberdade”, organizada para celebrar os 34 anos desse jornal, embora as mulheres sejam mais escolarizadas, “continuam a auferir salários mais baixos e têm menos oportunidades de progredir na carreira e de ocupar cargos de chefia.” Não obstante a igualdade de género ser um tema debatido em inúmeros trabalhos, sobretudo em relação a países considerados menos desenvolvidos, a verdade é que, infelizmente, ainda se trata de algo muito distante em quase todos os pontos do globo. E Portugal não é exceção. Pode parecer mentira que um tópico com esta relevância tenha de continuar a ser tema de debate na nossa sociedade. É inaceitável que um homem e uma mulher desempenhem, com igual eficácia, o mesmo tipo de trabalho e o homem receba um salário superior. É irracional que a pessoa mais escolarizada tenha menos oportunidades de subir na carreira pelo facto de ser mulher. Obviamente, isto vai contra os princípios da igualdade de género e as estatísticas oficiais não mentem. Além disso, se uma mulher for mãe, parece que, perante a sociedade, se torna menos apta, com menor probabilidade de ocupar qualquer cargo de chefia. Pelo contrário, quando o homem se torna pai, a sociedade vê-o como alguém capaz e bem-sucedido. Embora Portugal seja um país onde se vive em liberdade e segurança, necessita de melhorar em múltiplos aspetos. Na minha opinião, devemos continuar a lutar para que as diferenças que indiquei deixem de existir e possamos, finalmente, viver numa sociedade justa. Sou também uma jovem de convicções. Acredito que, um dia, as mulheres e os homens do meu país saberão construir um futuro no qual já não seja necessário lutar pela igualdade de género. Escola Secundária de Monserrate, Viana do Castelo 11.º ano |