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O Heterónimo de Camõesde Mário Máximo Edições Fenix, março de 2017 Sinopse da editoraO Heterónimo de Camões está escrito na primeira pessoa. Apenas o último capítulo tem uma estrutura narrativa. Não se trata de um romance histórico nem pretende constituir tese nessa disciplina. Diga-se, aliás, que aquilo que a história nos ensina acerca de Luís Vaz de Camões é, em boa parte, uma perfeita ficção. Com efetivo rigor, pouco sabemos do poeta que se tornou símbolo da língua portuguesa e das culturas que a partir dessa génese se espalharam pelo mundo. Nas páginas deste livro, encontramos um exercício de autointerpretação a que o poeta maior se submete de moto próprio. E esse exercício assume a forma de uma demanda permanente, por vezes obsessiva. Ele chega a perceber, a dado ponto, que nada controla na sua vida e que a realidade exterior o influencia de forma inapelável. A dúvida quanto a quase tudo exaspera-o. Olha essa dúvida como se olhasse um destino ou uma condenação. Luís Vaz de Camões vagueia pelos lugares, pelos sentimentos e pela literatura, tentando encontrar uma justificação para o trajeto de vida e para si mesmo. Os personagens femininos tomam predominância em tal percurso. No esforço de autoanálise que empreende chega a confrontar-se com a existência de um outro ser (Existencial? Literário?) dentro de si. O heterónimo que jamais enunciará. |