de Michèle Petit
Faktoria K de Livros, maio de 2024
Uma reflexão imprescindível sobre a importância da arte e da literatura, da beleza como feito fundamental e da necessidade do inútil em tempos críticos.
A partir de testemunhos e de textos inicialmente escritos para intervenções em jornadas que reuniam professores, bibliotecários, promotores de leitura, entre outros, Michèle Petit analisa aqui o contributo que a literatura (oral e escrita) e a arte em todas as suas formas podem ter hoje em contextos difíceis e que nestes últimos anos não têm parado de se multiplicar, desde guerras, migrações de refugiados, alterações climáticas aos atentados terroristas ou à pandemia de covid-19.
Neste ensaio, pleno de sensibilidade, a autora faz uma apologia à arte nas suas várias formas, ora abordando a superação do trauma através da contemplação do belo, ora exaltando a transmissão cultural em cenários de exílio, ou a linguagem e o canto como meios de conexão com a natureza, as bibliotecas como casas de pensamento e convívio, e ainda a importância da literatura como fomentadora do sonho.
Por diferentes vias, a antropóloga francesa relembra que o utilitário nunca nos basta e que não podemos ser reduzidos a variáveis económicas, nem mesmo aos nossos papéis sociais, pois somos também, e talvez acima de tudo, verdadeiros animais poéticos.