Lançada em outubro de 2019, em Edinburgo, Escócia, a Climate Heritage Network [Rede de Património Climático] 1 é constituída por centenas de organizações de artes, cultura e património de órgãos do governo, instituições culturais, organizações não governamentais, universidades, empresas e sociedade civil dos cinco continentes.
A IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias) é membro fundador da Rede de Património Climático que apoia as comunidades na proteção e preservação do meio ambiente, cumprimento do Acordo de Paris e alcance das metas de descarbonização, desenvolvimento de estratégias de educação e comunicação climática e capacidades adaptativas e de resiliência com base no património cultural.
O Conselho da União Europeia presidido por Portugal aprovou, a 28 de junho, a Lei Europeia do Clima que estabelece o compromisso de tornar o espaço europeu neutro em emissões de CO2 até 2050, bem como de reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 2.
Em IFLA World Library and Information Congress (WLIC) [Congresso Mundial de Bibliotecas e Informação] 2021 Andrew Potts 3 sublinhou a urgência da ação climática com base no último relatório da Plataforma de Política Científica Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos das Nações Unidas, Climate Change 2021: The Physical Science Basis [Mudança Climática 2021: A Base da Ciência Física] que considera haver mudanças globais no clima, sem precedentes e algumas irreversíveis, provocadas por fatores antropogénicos 4. A IFLA publica a transcrição do seu discurso 5.
“E assim, nosso trabalho para conservar coleções, salvaguardar o património, ajudar as comunidades, tem que incluir um foco explícito em ajudar as comunidades a descarbonizar, em ajudar o mundo a alcançar esse objetivo de manter o aquecimento a 1,5 graus.
[…] Património Cultural, património documental, informação, bibliotecas e ciência da informação, sabedoria e conhecimento tradicionais, todos oferecem imenso potencial para apoiar ações transformadoras e transições em direção a futuros de resiliência climática de baixo carbono.
A mudança climática como problema antropogénico – causado pelas pessoas – precisa de soluções humanas. E o que é património cultural, se não um grande acúmulo de experiência e soluções humanas?”
Referências 1. United Nations. (2018). Climate Heritage Network. https://climateheritage.org/ 2. União Europeia. (2021). Lei Europeia do Clima. https://ec.europa.eu/clima/eu-action/european-green-deal/european-climate-law_pt 3. Andrew Potts coordena o ICOMOS que funciona como Secretaria da Rede de Património Climático: United Nations. (1965). The International Council on Monuments and Sites (ICOMOS) Climate Change and Heritage Working Group. [Grupo de Trabalho sobre Alterações Climáticas e Património do Conselho Internacional sobre Monumentos e Sítios] https://bifrostonline.org/the-international-council-on-monuments-and-sites-icomos-climate-change-and-heritage-working-group/ Potts participou no relatório: ICOMOS Climate Change and Heritage Working Group. (2019). The Futur of our Pasts: Engaging cultural heritage in climate action. https://adobeindd.com/view/publications/a9a551e3-3b23-4127-99fd-a7a80d91a29e/g18m/publication-web-resources/pdf/CCHWG_final_print.pdf 4. Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services. (2019). Climate Change 2021: The Physical Science Basis. https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessment-report-working-group-i/ 5. Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias. (2021). Bibliotecas Sustentam: Transcrição do discurso de Andrew Potts na WLIC 2021. https://www.ifla.org/news/libraries-sustain-transcript-of-andrew-potts-keynote-speech-at-wlic-2021/ Fonte da imagem: United Nations. (2018). Climate Heritage Network. https://climateheritage.org/