A presidência da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) [Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias] 2021-23, subordina-se ao tema “bibliotecas construindo um futuro sustentável” 1 e visa orientar a sua ação de acordo com 5 tendências, definidas por consulta de profissionais de bibliotecas em todo o mundo:
- O virtual está para ficar, questionando-se o valor dos espaços e serviços físicos;
- A diversidade deve ser levada a sério, implicando “reforma radical” das coleções, serviços e práticas da biblioteca;
- Enfoque ambiental porque a crise climática traz novas ameaças às bibliotecas e comunidades às quais servem;
- Aprender ao longo da vida porque já não existe trabalho para toda a vida;
- Aprofundamento das desigualdades através do uso das tecnologias que criam novas possibilidades a quem as possui e domina e aumentam o risco de pobreza a quem não se encontra nesta situação.
De acordo com inquérito a milhares de jovens e divulgado na revista Nature, a eco-ansiedade “causada pelo sentimento de que os governos não estão a fazer o suficiente para evitar uma catástrofe climática” tem impacto negativo na vida diária dos inquiridos 2.
Em 10 Razões para a Sustentabilidade Ambiental nas Bibliotecas 3 a IFLA defende que as bibliotecas devem ouvir a voz das crianças e jovens, “olhar para o futuro” e marcar publicamente o seu compromisso ambiental e social - “As bibliotecas públicas não devem e não podem continuar a ignorar a biblioteconomia verde. A sustentabilidade ambiental significa responsabilidade e está no centro das bibliotecas (…) Os bibliotecários devem fazer uma forte declaração de princípio sobre a sua responsabilidade ambiental e social. Isto reforça a imagem positiva que as bibliotecas públicas têm. O silêncio não muda nada.” Com base nesta declaração a biblioteca deve promover capacidades de informação para que os cidadãos possam distinguir factos – crise climática e ameaças ambientais – e ficção/ opiniões alternativas, inspirar e envolver a comunidade na transformação.
O Movimento Biblioteca Verde 4 tem origem nos anos 70 e ganha na atualidade um sentido global e de urgência, ao qual as bibliotecas escolares não podem ficar alheias.
Na Alemanha é liderado por Libraries4Futur, inspirado no movimento estudantil internacional Fridays For Future fundado por Greta Thunberg e estabelece um conjunto de princípios que a IFLA subscreve e que podem ajudar a mobilizar cidadãos para a reflexão e ação:
1 - As bibliotecas são atrizes na proteção do clima
2 - Todos podem e devem agir
3 - As bibliotecas são multiplicadoras/ disseminadoras
4 - As bibliotecas reforçam a coesão social
5 - Os políticos devem agir/ tomar medidas
Na sua biblioteca escolar a formação de crianças e jovens como agentes pela preservação do ambiente e dos recursos é prioridade? Promove atitudes de diálogo e serviço ao próximo?
Referências 1. International Federation of Library Associations and Institutions. (2021). Libraries building a sustainable future: WLIC 2021 President-elect’s session. https://www.ifla.org/news/libraries-building-a-sustainable-future-wlic-2021-president-elects-session/ 2. Nature. (2021). Young people’s climate anxiety revealed in landmark survey. https://www.nature.com/articles/d41586-021-02582-8 3. International Federation of Library Associations and Institutions. (2019). 10 Reasons for Environmental Sustainability in (Public) Libraries. https://repository.ifla.org/handle/123456789/1647 4. Electronic Green Journal. (2008). The Green Library Movement: An Overview and Beyond. https://escholarship.org/uc/item/39d3v236 5. Photo by Callum Shaw on Unsplash