«Grisela» é uma fábula atual sobre a importância de sermos nós próprios e de aceitarmos os nossos defeitos e virtudes. De facto, quando Grisela, a ratinha protagonista desta história, não gosta da cor cinzenta da sua pele e decide pintar-se de várias cores, também não é nem de vermelho, verde ou amarelo, nem com riscas, pintas ou flores, que consegue sentir-se melhor.
E o que a magoa e entristece ainda mais são os comentários trocistas dos animais com quem se vai cruzando, à medida que vai mudando de cor de pele, até que um repentino contratempo a faz atirar-se à água, sendo então que…
Esta singela narrativa para primeiros leitores destaca-se também pelo contraste entre estados de espírito e emoções, que vão gerando a empatia e a solidariedade de quem a lê. Numa sociedade atual, tão mediatizada pela imagem e pelas aparências, este álbum fomenta o culto de sentimentos que ultrapassem a superficialidade, como a autoestima ou a amizade.
As imagens expressivas que complementam o texto sobressaem no fundo branco e minimalista das páginas, numa composição visual que combina a cor com o traço a lápis e colagens em papel.