“1. Todas as pessoas têm a obrigação e o dever de respeitar e exigir o respeito pela vida e a integridade física, psíquica e moral de todo os seres humanos.
2. Todas as pessoas, organizações económico-empresariais e organizações sociais e culturais, têm o dever, a obrigação e a responsabilidade de não participar nem aceitar práticas de desaparecimento forçado, escravidão, tráfico de crianças e adultos, tortura, práticas inumanas, cruéis e degradantes, violência de género, exploração infantil e trabalho forçado.”
“1. Todas as pessoas temos o dever e a obrigação de cuidar da nossa saúde, assim como de fazer uma utilização racional e responsável dos serviços de saúde.
3. Todas as pessoas têm o dever de exigir prestações de saúde de carácter gratuito e universal […].”
“Todas as pessoas têm o dever e a obrigação de contribuir para o cuidado de pessoas em situação de dependência ou vulnerabilidade.”
Fundação José Saramago. (2017). Carta Universal de Deveres e Obrigações dos Seres Humanos. https://www.josesaramago.org/carta-universal-dos-deveres-e-obrigacoes-dos-seres-humanos/“Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso, que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.
A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pessoas que gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.”
Estamos a destruir o planeta e o egoísmo de cada geração não se preocupa em perguntar como é que vão viver os que virão depois. A única coisa que importa é o triunfo do agora. É a isto que eu chamo a ‘cegueira da razão’.”
Saramago, J. (1998, 11 de setembro). O homem transformou-se num monstro de egoísmo e ambição. (Quiroga, O. Entrevistador). El cronista."Acho que a grande revolução, e o livro [Ensaio sobre a cegueira] fala disso, seria a revolução da bondade. Se nós, de um dia para o outro, nos descobríssemos bons, os problemas do mundo estavam resolvidos. Claro que isso nem é uma utopia, é um disparate. Mas a consciência de que isso não acontecerá, não nos deve impedir, cada um consigo mesmo, de fazer tudo o que pode para reger-se por princípios éticos. Pelo menos a sua passagem por este mundo não terá sido inútil e, mesmo que não seja extremamente útil, não terá sido perniciosa. Quando nós olhamos para o estado em que o mundo se encontra, damo-nos conta de que há milhares e milhares de seres humanos que fizeram da sua vida uma sistemática ação perniciosa contra o resto da humanidade. Nem é preciso dar-lhes nomes.”
Saramago, J. (1995, 18 de outubro). Saramago anuncia a cegueira da razão. (Abramo, B. Reportagem). Folha de São Paulo.Meireles, F. (dir.) (2008). Blindness. [trailer] Japão, Brasil, Canadá: Miramax. https://www.youtube.com/results?search_query=blindness+trailer
“Ensaio sobre a cegueira”: o romance de José Saramago em exposição (2015, novembro, 10). [vídeo: extrato de Lamares, P (Prod.). Literatura Aqui. Episódio 9: Exposição Mal Branco]. https://ensina.rtp.pt/artigo/ensaio-sobre-a-cegueira-o-romance-de-jose-saramago-em-exposicao/