Qual é o propósito da acumulação de capital?

Carta Universal de Deveres | Artigo 20

“Todas as pessoas, organizações económico-empresariais e organizações sociais e culturais, têm a obrigação de contribuir para manutenção do gasto público e a redução da desigualdade de forma proporcional, progressiva e suficiente para garantir a satisfação dos direitos, sobretudo dos direitos sociais, culturais, económicos e ambientais.”

Discussão

Pensou-se que da acumulação de capital resultaria o progresso social e bem-estar. Paradoxalmente, hoje experimenta-se no mundo um dos maiores índices de acumulação de riqueza e desigualdade.

1. Na sociedade, tal como no ambiente, o desequilíbrio (financeiro) provoca retorno e risco para todos, inclusive os mais ricos? Quais podem ser as consequências da desigualdade social?

2. Que soluções podem ser adotadas para tornar os países mais igualitários?

3. O que pensas sobre a renda básica universal [1]? 

4. Há relação entre ascensão da extrema pobreza e ascensão do fascismo/ extrema-direita?

5. Qual é/ deve ser o propósito da acumulação de capital? Conheces algum período da História em que tenha sido alcançado?

Palavras de José Saramago:

“É preciso acreditar em algo e, sobretudo, é preciso ter o sentimento de responsabilidade coletiva, segundo o qual cada um de nós é responsável por todos os outros. E não consigo encontrar isto no capitalismo.”

“Ao longo da História as igrejas e as catedrais eram os lugares onde se procurava um valor espiritual determinado. Agora os valores adquirem-se nos centros comerciais. São as catedrais do nosso tempo.”

“Ideologia, já temos. É a ideologia do consumidor. A facilidade de consumir forma ou deforma a consciência da pessoa. Isso acaba com tudo! Porque preencheu o espaço de uma ideologia, fosse ela qual fosse. Já não és um cidadão, és um consumidor, um cliente. A partir daí a pessoa vai cumprir as obrigações inerentes a esse facto: vai comprar e comprar e comprar. Isso acaba por ocupar todo o espaço mental na sua vida.”

Outras sugestões de leitura

“Em 92 países com dados comparáveis ​​no período de 2011 a 2016, os resultados foram mistos. Em 69 países, os 40% mais pobres viram sua renda crescer, mas com grandes variações entre os países. Em 50 desses 69 países, o crescimento da renda dos 40% mais pobres da população foi mais rápido do que a média nacional. Notavelmente, no entanto, os 40 por cento da base ainda recebiam menos de 25 por cento da renda total. Em muitos países, uma parcela crescente da receita vai para o 1% do topo.”